Hugo Gloss

Ana Lúcia Torre critica declarações de Cassia Kis e fala dos bastidores de “Travessia”: ‘Não foi agradável’

Ana Lucia Torre Cassia Kis

Ana Lucia Torre Cassia Kis

Colega de elenco de Cássia Kis em “Travessia“, Ana Lúcia Torre comentou as falas homofóbicas dadas pela atriz no final de outubro. Em entrevista para o Splash, do UOL, nesta terça (8), Ana disse acreditar em um “Deus agregador” e se opôs às declarações de Cassia.

Não é agradável para mim. Não vou dizer em nome dos outros do elenco, mas essas falas homofóbicas, as manifestações, não fazem o meu gênero. Sou uma pessoa de extrema fé. Acredito em Deus profundamente. Mas o meu Deus é agregador. Ele não é preconceituoso. Por exemplo: como não vou gostar de uma pessoa negra apenas porque sou branca? É meu irmão em Cristo“, pontuou a atriz de 77 anos.

Em seguida, ela falou sobre como lida com Kis nos bastidores da trama. “Eu trabalho com ela, né? Então quando estamos juntas ela é a Cidália (personagem). Foi a solução que encontrei para mim para não ficar um clima nesse ambiente. Somos profissionais, estamos no local de trabalho e tem outras pessoas envolvidas ali“, relatou.

A atriz – que afirmou para a Folha em julho que não votaria em Bolsonaro – ainda detalhou o que espera do governo de Luís Inácio Lula da Silva. “Acredito em muitas mudanças. No aspecto artístico, sofremos bastante com a não liberação de verbas, vários entraves, e muitas campanhas contra a classe. Inverteram todo o significado da Lei Rouanet, como se nós fossemos culpados por tudo que acontecia. Enfim, é um processo. Cultura é absolutamente necessária para um povo. Quem não tem cultura e educação só anda para trás“, refletiu.

Comentários homofóbicos de Cássia Kis

As falas polêmicas de Cássia Kis vieram à tona em uma live com a jornalista Leda Nagle. Durante o papo, a intérprete de Cidália em “Travessia” emitiu sua opinião contrária aos relacionamentos homoafetivos, chegando a lançar mão do termo “ideologia de gênero”, definição do bolsonarismo para a defesa dos direitos LGBTQIA+. Ela ainda apontou que a comunidade teria o objetivo de  “destruir a família”. Em mais de uma ocasião, a atriz declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

Não existe mais o homem e a mulher, mas a mulher com mulher e homem com homem, essa ideologia de gênero que já está nas escolas. Eu recebo as imagens inacreditáveis de crianças de 6, 7 anos se beijando. Duas meninas dentro de uma escola se beijando, onde há um espaço chamado beijódromo”, declarou a artista, sem apresentar nenhuma prova para as afirmações.

Segundo a atriz, que tem mais de 40 anos de carreira, a comunidade LGBTQIA+ ameaça a família e a “vida humana”: “O que está por trás disso? Destruir a família. Destruir a vida humana? Porque onde eu saiba homem com homem não dá filho, mulher com mulher também não dá filho. Como a gente vai fazer?“. As falas repercutiram e geraram muito descontentamento na web.

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