Neste final de semana (30), Ana Maria Braga voltou às origens para celebrar os 70 anos da Record TV, emissora que a revelou para todo o Brasil. No “Domingo Espetacular“, a apresentadora relembrou o início do trabalho e os obstáculos que enfrentou nos bastidores. Ana também surpreendeu ao revelar o salário inicial no programa “Note e Anote”.
A loira entrou na Record em 1992, após ser demitida da editora Abril. “Um pé na bunda às vezes te impulsiona para outros cantos. Preciso agradecer a esse diretor. Se eu soubesse onde ele está, mandava um caminhão de rosas”, brincou. Na época, a cúpula da emissora estava em busca de uma apresentadora matinal. “Estavam querendo alguém para as manhãs. Que não fosse jovenzinha, eu já não era uma garotinha, mas uma apresentadora que tivesse um conhecimento da profissão”, contou. Ana Maria começou no canal aos 43 anos.
A veterana também contou que no início ganhava uma “ajuda de custo” de um salário mínimo. Segundo seu contrato, com o tempo, ela passaria a ganhar uma porcentagem de 10 a 20% sobre as publicidades do programa. “Fiz o teste, entrevistei uma moça, e passei. Eles falaram: ‘Você tem um espaço de duas horas pela manhã, você pode apresentar’. Fizeram uma conta, acho que dava CR$ 1000 na época. Eu falei que topava. Me deram as câmeras e a oportunidade de falar. Eu fazia desfiles de moda, entrevista com médicos, com advogados”, lembrou.
Dispondo de poucos recursos, Ana Maria levava seus próprios utensílios para os estúdios. “Não tinha nada aqui. Trazia prato, trazia garfos. Comecei do 0,0, fazendo coisas simples para as mulheres, coisas de final de semana, para dar ideias. Coisas que eu gostava de fazer, mas de um jeito mais descontraído na cozinha”, explicou. “Foi crescendo, melhorando, audiência subindo, comecei a ganhar dinheiro e a Record também”, acrescentou. Com o sucesso, inclusive, a atração passou a ocupar seis horas na grade da emissora.
Ana também mencionou a ideia de criar o companheiro Louro José, como uma estratégia de manter a audiência infantil. Naquele tempo, a Record exibia desenhos animados antes do “Note e Anote”. “Vai que a mãe dele passa pela sala, vê e fala: ‘Olha, legal, uma pessoa nova na televisão’. Quem sabe a mãe fica? Criei o Louro, desenhei um boneco, horrível”, contou.
Por fim, a apresentadora se emocionou ao assistir aos momentos marcantes de sua trajetória na emissora e ganhou um bolo com fotos da carreira. “É gostoso ver, poder recordar. Eu não tenho acesso a essas imagens, só vocês aqui. Eu quero agradecer a oportunidade de vida que eu tive nessa casa. Sempre fui muito bem reconhecida aqui, mesmo depois que eu saí. É uma casa que me ensinou muito e me deu oportunidades ímpares, que eu não teria em outro lugar. Fizemos uma belíssima parceria”, disse. A apresentadora trabalhou na Record de 1993 a 1999. De lá, ela migrou para a Globo, onde está até hoje. Assista à reportagem especial completa:
A série de reportagens intitulada “Record 70 Anos – Uma História Espetacular” tem sido veiculada pelo canal paulista desde fevereiro e seguirá até setembro. Além de ex-apresentadores, a ação também já trouxe nomes que continuam no elenco da emissora, como Celso Freitas e Ana Hickmann. Artistas como Eliana, Carlos Alberto de Nóbrega, Tom Cavalcante, Ratinho e Milton Neves já foram liberados pelos seus respectivos canais para participar da iniciativa.
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