Bárbara Coelho, apresentadora do “Esporte Espetacular”, da TV Globo, relatou que foi vítima de uma tentativa de dopagem em um carro de aplicativo. A jornalista afirmou no “Encontro” desta sexta (12) que o episódio aconteceu na quarta-feira (10), quando ela pediu uma corrida para ir até o médico. “Preciso alertar outras mulheres que fazem uso do aplicativo (Uber) para se locomover”, declarou ela.
De acordo com Bárbara, a viagem seria curta, com cerca de 10 minutos: “Quando entrei no carro eu não senti nada, eu percebi que o carro tava com um aspecto muito ruim, sujo, mas eu entrei já distraída, a gente fica muito no telefone hoje em dia”. Em pouco tempo, ela notou algo anormal. “Em menos de dois minutos eu senti um cheiro forte”, disse. Ao sentir o odor estranho, a apresentadora enviou a localização do veículo para uma amiga e avisou que algo preocupante estava acontecendo. Assista:
https://twitter.com/MidiasSo/status/1558115163051626496
“Muito pouco tempo depois eu comecei a passar mal. Durante esse período, o motorista mandou um áudio estranho pra alguém pedindo uma cesta básica. Me pareceu uma necessidade de mostrar que era do bem, que estava trabalhando. Foi muito aleatório aquele pedido de cesta básica durante a corrida, primeiro que nem se usa o telefone, ou não deveria usar”, relatou a jornalista, que começou a ter sintomas ainda mais fortes com o tempo.
“Eu comecei a ficar muito mal, comecei a perder os sentidos, falta de ar e com dificuldade até de falar. Aí eu mandei um áudio para o meu marido e falei ‘me espera na porta porque eu tô chegando’. Um áudio fake. Aí ele [motorista] me olhou muito feio pelo retrovisor, muito assustado, com os olhos arregalados, me encarando”, detalhou Bárbara.
Na sequência, a jornalista pediu que o motorista parasse o carro. Ele chegou a questionar a solicitação, mas estacionou o veículo. “Fui ficando com falta de ar, estava preparada para sair do carro em movimento, mas ele parou e tinha uma banca próxima, pedi ajuda e caí no choro”, descreveu. Veja o restante do relato:
https://twitter.com/MidiasSo/status/1558115418048499713
Uma toxicologista explicou ao “Encontro” que, segundo o que foi relatado por Bárbara, pode ter sido usado um solvente orgânico, que se dispersa rapidamente no ambiente. “O solvente entra rápido no organismo por meio da respiração, atinge rapidamente o cérebro e gera esses sintomas: sonolência, sensação de desmaio, enjoo e confusão mental”, disse a especialista. Ainda segundo a profissional, o motorista pode não sofrer os efeitos do solvente em razão do vidro aberto. O produto também pode ter sido borrifado diretamente no lado do passageiro.
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Bárbara falou que fez uma denúncia na Uber e a empresa respondeu que está realizando uma investigação interna. A jornalista afirmou ainda que seguiu com o mal-estar durante o resto do dia. “Continuei muito tonta, fiquei muito tonta à noite. Dormi muito pesado, ontem ainda tive sintomas, enjoo e indisposição. Óbvio que ainda tem o impacto do susto, fiquei bem abalada”, explicou.
Em nota enviada ao hugogloss.com, a Uber relatou que, até o momento, todas as denúncias sobre o chamado ‘golpe do cheiro’ foram arquivadas pela Polícia Civil por não haver “elementos de prática do crime”. “Não temos conhecimento de nenhum inquérito que tenha sido concluído identificando elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor“, informou a empresa. A Uber, entretanto, ressaltou tratar todas as denúncias com máxima seriedade.
Confira a nota na íntegra:
Com relação ao que vem sendo chamado de “golpe do cheiro”, as únicas denúncias dessa natureza relativas a viagens no aplicativo da Uber que já tiveram a investigação concluída pela Polícia Civil, até onde temos conhecimento, ocorreram em Canoas (RS), no Rio de Janeiro e em Florianópolis. Nos três casos as autoridades pediram o arquivamento após o inquérito policial, já que, de acordo com as investigações, não houve elementos de prática de crime. Especificamente no caso do Rio de Janeiro, o laudo pericial do líquido borrifado no veículo atestou se tratar de álcool 70% – e não foram encontradas outras substâncias de natureza tóxica, perigosa ou nociva.
Além disso, uma decisão judicial em Santos (SP) condenou usuárias a pagarem indenização por danos morais ao motorista após ficar comprovado que a substância em questão era álcool com essência de canela para higienização das mãos.
Nas demais denúncias mencionadas até o momento, muitas das quais surgem nas mídias sociais e são reverberadas pela imprensa sem se checar o que apurou a investigação conduzida pelas autoridades policiais, não temos conhecimento de nenhum inquérito que tenha sido concluído identificando elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor.
De qualquer forma, a Uber trata todas as denúncias com a máxima seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis, sempre se colocando à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei.
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