Como todo mundo sabe, Paula está sendo investigada num processo em que é acusada de injúria por preconceito contra Rodrigo França, enquanto ambos permaneciam confinados no “Big Brother Brasil 19”. No entanto, o delegado Gilbert Stivanello, titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), revelou ao UOL que também analisou os comportamentos e declarações de outros participantes. Além da mineira, Isabella, Maycon e Tereza também fizeram alguns comentários com conteúdos considerados polêmicos por parte do público.
“O programa têm pessoas que pagam pay-per-view e ficam com muito conteúdo aberto durante 24 horas. Os outros episódios que vieram para nós para análise, nós entendemos que não iam além da liberdade de expressão“, contou o delegado.
E continuou: “São episódios como o posicionamento de uma pessoa lá acerca da política de cotas. Essa pessoa falou a opinião dela, no caso contrária, mas não se manifestou de forma ofensiva a ninguém. Então, no nosso entendimento, a questão da política de cotas, ser a favor ou contra, ainda está amparado pela liberdade de expressão.”
Além das declarações sobre as cotas, também foram investigadas outras falas dos brothers, como por exemplo, quando o assunto era sobre o uso de expressões como “denegrir” e “humor negro”. “Tivemos outro episódio que é a questão do vocabulário, hoje em dia palavras como ‘denegrir’ são questionadas, e lógico, se a pessoa quer ter uma fala zelosa, pode usar a palavra ‘desgastar’, ‘depreciar’. Mas, ainda não vejo um crime em a pessoa falar ‘denegrir’“, explicou o delegado ao UOL.
“Uma questão que percebo é que incomoda alguns grupos ativistas, mas muitas dessas questões são de liberdade de expressão, de educação, temos vários patamares até que se chegue à questão criminal“.
“No momento há um inquérito policial, havendo a denúncia do Ministério Público, ela estará respondendo a um processo. O elemento que nos faltava era o depoimento da Paula e agora nós pensamos que dê para partir para a conclusão. O inquérito já será conduzido para a Justiça essa semana”, esclareceu o delegado sobre a situação da vencedora do “BBB 19”.
Na última segunda-feira (15), Paula prestou depoimento na Decradi, após receber uma intimação do processo em que é acusada de injúria por preconceito contra Rodrigo, com base em intolerância religiosa. No dia, ela chegou acompanhada pela irmã, Monica Von Sperling e saiu pelos fundos da delegacia depois de mais de uma hora de depoimento. De acordo com a revista Quem, a mineira foi escoltada por seguranças e cobriu o rosto com uma jaqueta para evitar as fotos da imprensa presente no local.
Relembre o caso
Paula é investigada por declarações controversas feitas dentro da casa sobre Rodrigo, quando chegou a afirmar ter medo de religiões africanas. “Eu tenho muito medo do Rodrigo. Ele fala o tempo todo desse negócio de Oxum deles lá, que ele conhece. Eu tenho medo disso, mas nosso Deus é maior”, disse a loira em conversa com Diego e Hariany.
Na ocasião, Hariany tentou alertar a amiga sobre a gravidade de sua fala: “Não precisa ficar falando disso não, porque pessoas dessas religiões lá fora ficam com implicância com você e acham que você é preconceituosa“. “Mas eu não sou não!“, rebateu a mineira. Veja no vídeo:
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA ESTÁ TENDO NO #BBB19!
Paula fala que tem medo de Rodrigo porque ele fala de Oxums. "Nosso Deus é maior" pic.twitter.com/iX5TX64Jzf
— michel (@gramich) February 6, 2019
Após sair como vencedora do “BBB 19”, Paula disse que assumirá responsabilidade pelos seus atos. “Fui eu mesma e não medi as palavras. Mesmo sendo processada, ganhei R$ 1,5 milhão e vou encarar tudo que tiver por vir“, concluiu. Caso seja considerada culpada, Paula pode pegar até três anos de reclusão e pagar uma multa.