Nostalgia no ar! Iza foi a convidada deste sábado (7) no “Caldeirão do Huck” e estrelou o quadro “Visitando o Passado”. Com a ajuda dos pais da cantora, a produção reconstruiu o primeiro palco da artista – sua antiga casa em Natal, na qual ela cantava ainda na infância. Resultado? A estrela não conteve a emoção e ficou muito encantada com a homenagem, num momento lindo.
A mãe de Iza, Isabel Lima, explicou como a filha se divertia no ambiente que foi reconstruído pelo programa. “Lembro que ela fazia como se fosse uns shows na varanda de casa. Ela vendia um ingresso, pegava minhas cadeiras da sala, da cozinha, e arrumava como se fosse uma plateia. Construía o cenário, colocava o aparelhinho de som que ela tinha, e ela cantava, cantava as músicas do ‘É o Tchan’. A medida que a apresentação terminava, ela se virava pra gente e queria que a gente batesse palma”, recordou.
“Foi o lugar em que ela viveu mais a infância”, explicou a mãe. Eline, amiga antiga, também citou suas memórias da casa da artista em Natal. “Era o ponto de encontro, era onde todas as crianças iam… Eram uns dos melhores anos que nós tivemos nas nossas vidas”, contou. Com a ajuda de todos, o “Caldeirão” tentou reunir os elementos para trazer aquele cenário marcante de volta à Iza… e conseguiram!
Assim que entrou na casa, Iza ficou encantada ao se de deparar com a antiga garagem, o carro de seu pai, e o jardim – no qual a cantora fazia piqueniques, brincava, e até comia uma ponta de cada maçã para considerar que haviam muitas pessoas ali. A artista se viu diante do local que presenciou suas primeiras “performances”, que tinham direito a ingresso caseiro e tudo, além do “camarim”, que era a cozinha da casa. Assista aos vídeos aqui:
https://twitter.com/MidiasHG/status/1325220717982572544?s=20
Luciano Huck quis saber o que aquelas lembranças significavam pra Iza, e ela foi simples e direta. “A gente tá num dos melhores lugares do mundo… Como eu fui feliz aqui!”, lembrou. “Parece que eu tô em Natal de novo, me vem tanta coisa boa, tanto sentimento bom, tanta memória gostosa… Tanta coisa que me formou, me ensinou as coisas, meus primeiros machucados”, acrescentou ela.
Iza também demonstrou para Luciano como funcionavam suas apresentações. “O publico eram os vizinhos, as mães dos meus amiguinhos. Eu cantava É o Tchan, Xuxa, Angélica, fazia até pinta na perna”, divertiu-se ela. De volta à garagem, a artista ainda deu uma palhinha ao som de “Isn’t She Lovely”, de Stevie Wonder, ao estilo dos velhos tempos. Dá uma olhada:
Iza cantando Isn't She Lovely no Visitando o Passado ♪#IZANoCaldeirao #visitandoopassado #CaldeiraodoHuck @IzaReal @izalegion pic.twitter.com/hqycVccNIa
— Rafael Ribeiro (@Rafael89Ribeiro) November 7, 2020
Revirando o baú, foi impossível não tocar numa ferida antiga: o racismo. Dona Isabel recordou como teve de lidar com a situação na infância da filha. “Eu tive dificuldade de achar uma escola pra ela que fosse acolhedora. Em que a diferença de raça, de cor, não fosse um problema”, mencionou. Iza também deu seu relato, citando como sentiu essas questões ao longo da juventude.
“Eu com certeza senti isso. No início eu não entendia exatamente o que tava acontecendo. Mas alguma coisa tava acontecendo e minha mãe sempre foi muito observadora, então ela não deixava nada passar… Ela entendia quando acontecia alguma coisa. Ela já sabia que eu podia ser vítima dessa maldade, dessa ignorância, que é o racismo”, contou.
Mas a mãe de Iza sempre a ajudou a encarar isso e a não tolerar tais situações. “Quando eu tinha sete, oito anos, eu perguntava: ‘Mãe, porque tá todo mundo me olhando?’. Ela falava que era porque eu era muito bonita. Depois, com as coisas que iam me falando, por olhar, por me comparar com outras amigas no espelho, eu entendia de onde vinham determinados comentários, ações disfarçadas de brincadeira… Ela sempre me ensinou a não deixar essas coisas passarem. Se na semana eu fosse vítima sete vezes de racismo, minha mãe ia sete vezes na escola”, pontuou.
Ao lembrar de sua infância, Iza também deixou um recado a todas as “Bellas” do Brasil, que hoje são garotinhas como ela foi. “Por mais que elas não se vejam em todos os lugares, talvez essa Bella tenha um sonho muito especial. Talvez ela pense que não é pra ela, que ela precisa pensar bem sobre quais lugares ela pode faz parte. Talvez ela ache que aquilo que ela mais quer não é possível. Mas é possível! É muito possível”, incentivou a cantora.
“Ela precisa estudar muito, independente do que ela quiser fazer. Eu sou a prova viva de que essa é a melhor arma que a gente tem pra combater qualquer coisa. Talvez não seja a chave pra todas as suas portas, mas com certeza é um passaporte incrível… Então estuda, acredita em você, você é maravilhosa, é linda do jeitinho que você é. E tudo vai dar certo”, aconselhou Iza. Belíssimo exemplo e inspiração!
Para completar o momento especial, IZA também recebeu depoimentos e elogios incríveis, como o de Gilberto Gil: “É um dos talentos mais interessantes que apareceram no Brasil. Uma mulher negra, bonita, incrível, e já muito sucesso”. Alcione também reconheceu o valor da cantora para nossa cultura. “Ela é uma joia dessa nova geração de mulheres negras cantoras do Brasil. É sensacional. Dá gosto em vê-la e ouvi-la”, disse a Marrom. Paulo Gustavo, por sua vez, afirmou: “Acho que ninguém se torna estrela, a pessoa nasce estrela. E a Iza nasceu assim”.
Dona de mim, de si e de todos nós! Homenagem linda e merecidíssima, né? Assista ao quadro na íntegra, clicando aqui e aqui.