Thelma Assis foi convidada do “Encontro” na manhã desta quinta-feira (28) e desabafou sobre os ataques que vem recebendo online desde que saiu como campeã do “BBB 20”. A médica afirmou que atingiu seu limite na terça-feira (26), durante uma live com a editora de moda Luanda Vieira, da revista “Glamour”, quando elas estavam justamente falando sobre racismo no Brasil.
“Desde que o BBB20 acabou, eu tenho feito lives e, em todas praticamente, eu tenho sofrido algum tipo de injúria racial”, lamentou no bate-papo remoto com Fátima Bernardes. “Nessa live especificamente, estávamos falando sobre racismo, e foi o limite para mim. Foi uma situação totalmente desagradável. Nós estávamos falando da importância do assunto e de como o nosso país tem um racismo estruturado muito enraizado”, explicou.
A solução encontrada pela anestesiologista, nestes casos, foi se impor e incentivar a denúncia. “Aí eu realmente tive que pedir licença e pedir para que as pessoas que estavam assistindo à live denunciassem esses perfis que cometem esse tipo de atrocidade”, relembrou. “Nessas situações, o que realmente a gente tem que fazer é pontuar que é uma atitude criminosa e que a gente tem que ir atrás do nosso direito. É o que eu tenho feito com pessoas que cometeram essas injúrias inclusive durante o reality”, declarou Thelminha.
Apesar de estar mais exposta agora por conta de sua participação no BBB, a também dançarina afirmou que já passou por outras situações de racismo. “Como mulher preta no Brasil, acho impossível não ter vivenciando nenhuma experiência de racismo. Ao entrar no reality show, estava exposta e eu entendo que esta exposição pode vir acompanhada de críticas, mas ofensa e injúria são inaceitáveis”, pontuou.
“Com certeza, aumentou muito, inclusive, durante o programa eu estive exposta a injúrias raciais ainda mais covardes porque as pessoas me atacaram dessa forma, mas, como eu estava lá dentro, não teria nem como me defender”, refletiu a nova integrante do programa “É De Casa”, da TV Globo.
Na sequência, Thelma descreveu como são feitos esses ataques. “São ofensas e xingamentos. As atitudes racistas sempre acontecem na tentativa de nos rebaixar, de nos desestabilizar emocionalmente, só que as pessoas não têm conseguido isso. Felizmente, eu sou uma pessoa muito forte. A força já faz parte da pessoa que é preta no nosso país de tantas cicatrizes que nós temos devido a esse tipo de injúria”, disparou a médica.
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“Se querem me ofender ou acabar com a minha moral não conseguem. O que eu faço ao me pronunciar é deixar claro que é uma atitude criminosa e que em pleno 2020, século 21, é inaceitável esse tipo de situação. Não só esse, mas qualquer tipo de discriminação. Então enquanto houver atitudes como essa a gente tem que bater de frente”, afirmou.
Apesar de não se abalar, a campeã desta edição do reality show da Globo ponderou que usa sua voz para ajudar quem não consegue se proteger desses ataques. “Existem muitas pessoas que sofrem esse tipo de injúria e que, sim, se afetam emocionalmente e até fisicamente. Então a gente tem que falar sempre pra que isso não ocorra com outras pessoas também”, concluiu.
Assista:
https://www.youtube.com/watch?v=iXIw5rrng5E