Emocionante! A jornalista Mari Palma, da CNN Brasil, não conseguiu conter as lágrimas ao falar sobre a família, durante o programa “O Mundo Pós-Pandemia: Traumas e Superação”. O especial foi transmitido na noite deste sábado (2), e teve como convidado o filósofo e doutor em Educação, Mario Sergio Cortella.
Durante o papo, o professor analisou os efeitos positivos e negativos causados na humanidade, após enfrentarmos a pandemia do novo coronavírus. “Quando o senhor falou sobre sua família… isso é algo que me toca muito. Também moro perto dos meus pais, na mesma rua. Estamos longe, mas perto ao mesmo tempo. Eu tenho um pai que é deficiente visual, que não me vê. Então o toque faz muita falta pra ele”, disse Mari, segurando o choro.
“Pode se emocionar à vontade! Uma das coisas que tira minha fé é quando a pessoa perde a capacidade de sentir emoção”, interrompeu Mario. “É muito difícil não estar com ele. Meu pai faz 70 anos esse ano, e eu tenho sobrinhos que estão crescendo… parece que a gente perde tempo. Eu estou perdendo o crescimento dos meus sobrinhos, uma fala nova, uma palavra nova, uma manchinha que apareceu na mão do meu pai. Minha dúvida é: Vamos conseguir superar esses momentos que estamos perdendo?”, concluiu Palma, secando as lágrimas.
Em sua resposta, Cortella tentou diminuir as angústias da entrevistadora. “Dificilmente. A gente nem precisa recuperá-lo, porque o uso do tempo é sua escala de prioridade a ser atendida. Não dá pra nós imaginarmos que, porque a vida é finita, temos que conviver com todo mundo o tempo todo. Evidentemente que sua convivência com seu pai fica agora restrita, assim como a de todos nós, mas isso não significa que seja um tempo perdido. Ele está sendo usado de um outro modo”, declarou.
O filósofo acrescentou que o tempo deverá ser muito bem usufruído, uma vez que o contato voltar. “Não vamos recuperar o que foi, mas temos que fazer o que deixou de ser não se tornar um motivo de sofrimento. Se você precisa se ausentar, assim como eu, de algumas convivências, sabe as razões de estar ausente. Por isso, quando retomar o contato, deverá haver a fruição da alegria que aquele momento está permitindo. Mas quando voltar, se você ficar o tempo todo grudada e agarrando seu pai, é capaz de ele falar, como o comediante Antonio Carlos dizia: ‘Larga deu'”, brincou o profissional.
Mais tarde, em seu Instagram, Mari compartilhou o clipe do momento e, torcendo por dias melhores, disse que mal pode esperar para poder agarrar os familiares de novo. “Dói muito pensar no tempo que tá passando e nos momentos que a gente tá perdendo ao lado dos nossos, mas é uma escolha feita justamente por amar demais. E quando tudo isso passar, com certeza meus pais e meus sobrinhos vão falar esse ‘LARGA DEU’ que o professor diz na entrevista, porque eu vou grudar e esmagar demais”, concluiu.