Fernanda Nobre resgatou sua trajetória como atriz mirim e revelou que sofreu abuso psicológico na época. “Eu passei por muita coisa. Coisas que poderiam ser evitadas”, desabafou ela, em entrevista ao ator Guilherme Logullo, publicada ontem (4) no canal “Eu Ator”, no Youtube.
Ao voltar às origens de sua carreira, Nobre contou que tinha uma infância bastante limitada antes de se tornar atriz. “O meu histórico infantil foi o de uma criança muito doente. Eu quase morri várias vezes. Eu tinha uma asma muito violenta, então, eu tive onze pneumonias até os nove anos de idade. Eu era uma criança que tinha uma infância muito restrita”, relatou.
Para ela, naquele período, a atuação não era um sonho. “Eu nunca fui uma criança que queria ser atriz, que fazia teatro na escola. Não, eu nem pensava nisso. Esse era o sonho da minha irmã mais velha, Marcela, a ‘Fernanda Montenegro’ da família”, explicou, pontuando que a irmã era sua grande “ídola”.
Mas tudo mudou graças a um episódio do acaso quando tinha apenas oito anos. “Minha mãe foi atrás da Marcela fazer testes na Globo e acabou que ela mandou uma foto minha e da Marcela. Aí viram e me chamaram. A Marcela que me ensinou pro teste, foi a minha coach”, relembrou.
Foi ali que, segundo Fernanda, sua existência se transformou. Ela passou de uma criança quieta e frágil para uma pessoa com um emprego e inúmeras responsabilidades. “Me levava muito a sério. Não podia errar”, confessou a atriz. “Fui emendando uma coisa na outra, fiquei com um contrato de doze anos na Rede Globo e entrei na Malhação aos 16. É um período muito conturbado. Eu não tinha uma adolescência normal. Eu faltava aula para gravar, para fazer teatro”, completou.
A Malhação protagonizada por Fernanda era um fenômeno e sua personagem, Bia, uma das mais detestadas da televisão no início dos anos 2000. Com frequência, Fernanda era ameaçada e atacada nas ruas. “Foi super duro, porque a Bia era odiada. Então eu com 16 anos era odiada. Eu tinha consciência de que era a personagem. Mas eu fiquei muito ansiosa com aquilo tudo ser muito grande, então eu engordei na adolescência, a Globo pedia pra eu emagrecer…”, recordou.
“Eu passei por muita coisa, por abuso. Não abuso físico. Mas, abuso emocional, psicológico, coisas que poderiam ser evitadas”, confidenciou a artista, que não considera a televisão um ambiente apropriado para crianças. “Hoje em dia tem o Juizado de Menores. Hoje em dia o camarim das crianças é separado dos nossos. Mas na minha época, não. Fico vendo o meu currículo e não teve um ano que eu não tenha trabalhado, da minha infância. Então, tudo ficou muito prejudicado”, concluiu.
Confira a entrevista na íntegra:
