Florinda Meza, a Dona Florinda e a Popis do seriado Chaves, participou do Festival da Boa Vizinhança no último sábado (22), em São Paulo e comentou a relação com alguns ex-colegas de elenco. A atriz de 74 anos esclareceu rumores sobre conflitos nos bastidores do programa e briga de egos entre atores, além de elogiar Roberto Bolaños, intérprete de Chaves que faleceu em 2014, com quem Florinda foi casada.
Embora existam rumores sobre embates entre os atores, principalmente envolvendo a relação da artista com María Antonieta de las Nieves, intérprete de Chiquinha, e Carlos Villagrán, o Quico, Florinda garantiu que se relacionou bem com o elenco.
“Há sempre pessoas mais difíceis que outras em um grupo, em uma família, em uma casa… Sempre há alguns que têm personalidades mais difíceis que as dos outros. O grande desafio foi conviver com todos. Apesar das fofocas e mentiras sobre mim, eu jamais tive problema com ninguém“, disse à revista Quem.
A atriz explicou que não mantém contato com Maria Antonieta, mas que gostaria de reencontrá-la em algum momento. “Faz muito tempo que não vejo a María Antonieta, mas vai me dar muito prazer reencontrá-la algum dia. A Cidade do México é muito grande, além disso, viajo muito e vivo em Cancún. É muito difícil a gente se encontrar”, disse.
Meza também falou sobre a postura de Bolaños diante da briga de egos nos bastidores. “Na época eu não me dava conta, mas depois, com a sabedoria da maturidade, entendi que Roberto deve ter sido um grande líder por saber manter pessoas tão singulares, que além disso, eram atores, conhecidos por seus egos“, elogiou.
Saída conflituosa de Carlos Villagrán
A artista elogiou os antigos colegas de elenco, mas não escondeu que a saída de Carlos Villagrán, que deixou o programa em 1979 após desentendimentos com Bolãnos, foi conturbada. O romance entre a atriz e o criador da série teria sido determinante para um conflito na relação com o ator que deu vida ao Quico. Florinda e Carlos Villagrán chegaram a namorar, porém a atriz engatou um relacionamento com o intérprete de Chaves e morou com ele por 37 anos antes de se casarem oficialmente em 2004.
“Havia algumas pessoas muito conflituosas, mas essa gente saiu do programa e não voltou mais. O programa começou em 1970. O ator que fazia o Quico saiu do programa em 1979”, relembrou, sem citar o nome de Villagrán. “Outros saíram e voltaram. Como é o caso de María Antonieta de las Nieves, que fazia a Chiquinha, e outros tantos papéis. Rubén Aguirre (Professor Girafales) também saiu e voltou. O Ramón Valdés (Seu Madruga) saiu, voltou e saiu de novo para nunca mais voltar porque morreu. Todos os demais nunca saíram e são muitos. Mas mesmo os que saíram, voltaram e estiveram conosco de 1970 até 1995. Muitos casamentos não duram 25 anos. Tem irmãos que rompem relações e deixam de se falar antes dos 25 anos e nunca mais na vida voltam a falar. Eu tive uma boa relação com todos”, explicou.
Ao deixar o seriado, Carlos tentou seguir um projeto solo usando o nome do personagem Quico, porém Bolaños, que além de dar vida ao personagem principal, era criador, roteirista e diretor do programa, não permitiu. O conflito foi parar na Justiça, com Villágran pedindo os direitos do personagem. Ele perdeu a causa e se mudou para Venezuela, onde trocou a grafia do personagem para ‘Kiko’ e passou a usá-lo mesmo assim.
Por fim, Florinda ainda se recordou dos atores por quem nutria um carinho especial. “Amo o Édgar Vivar. Ele é o que faz o Seu Barriga, mas não é gordo há muito tempo. Amava Rubén Aguirre, o professor Girafales… O Ramón era uma pessoa muito linda e divertida. O Chato Padilla, o carteiro Jaiminho, era um amor de pessoa. Horacio, que fazia o Godinez, era irmão do Roberto [Bolãnos] e eu o queria muito bem“, concluiu.
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