Eitaaa, o episódio especial de “Black Mirror” continua dando o que falar. De acordo com a revista Variety, a editora Chooseco LLC, que detém os direitos da série de livros “Choose Your Own Adventure”, processou a Netflix em um tribunal federal de Vermont nesta sexta-feira (11), alegando que o filme “Bandersnatch” infringe sua marca registrada.
Como todos devem saber, a nova produção da gigante do streaming apresenta uma história que permite que os espectadores direcionem a ação do personagem, levando a uma variedade de finais possíveis. Na trama, um problemático programador tenta transformar um livro em videogame e se depara com alguns impasses.
Segundo a publicação, a editora alega que a Netflix explorou deliberadamente a notoriedade da marca de sua série de livros para lançar o filme de “Black Mirror”. Os livros “Choose Your Own Adventure” eram populares entre jovens leitores nos anos 80 e 90, e os editores venderam US$ 265 milhões de cópias, de acordo com a ação, que pede uma indenização de pelo menos US$ 25 milhões em danos.
A Variety ainda informou que, de acordo com o processo, a Netflix buscou uma licença para usar a marca “Choose Your Own Adventure” nos últimos dois anos. No entanto, as negociações nunca chegaram a um acordo. Nos documentos, a empresa ainda apontou que o filme se refere à série de livros quando o personagem principal, Stefan Butler, explica ao pai que está lendo um livro da série “Choose Your Own Adventure”.
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Na ação, a empresa também argumentou que o filme é violento e perturbador – incluindo referências a assassinato, decapitação, uso de drogas e a mutilação de um cadáver – o que mancha a marca da série de livros.
Nesta sexta-feira, Shannon Gilligan, viúva do autor dos livros “Choose Your Own Adventure”, R.A. Montgomery (que faleceu em 2014), divulgou um comunicado em que explicou o posicionamento da empresa. “A apropriação indevida de nossa marca pela Netflix representa um desafio extremo para uma pequena editora independente como a Chooseco”, disse ela. “O uso de Choose Your Own Adventure em associação com esse conteúdo gráfico provavelmente causará danos significativos, afetando nossas vendas de livros e afetando nossa capacidade de trabalhar com parceiros de licenciamento no futuro. Preferiríamos não recorrer a litígios, mas, tendo em conta os danos que sofreremos em consequência do uso da nossa marca, não nos resta outra opção”.
Até o momento, a Netflix não se manifestou sobre o caso.