Manoel Carlos revela motivo da escolha do nome “Helena” para protagonistas de suas novelas; saiba os detalhes

Não é segredo para ninguém que Manoel Carlos tem adoração pelo nome Helena, sempre o atribuindo às mocinhas de suas novelas. A primeira delas apareceu em 1981, na novela “Baila Comigo”. Depois de Lilian Lemmertz calçar os sapatos da protagonista, Christiane Torloni, Regina Duarte, Vera Fisher, Maitê Proença e Taís Araújo também viveram Helenas nas telinhas.

Convidado dessa sexta-feira (9) a participar do “Conversa com Bial”, Maneco revelou a musa inspiradora que o fez se apaixonar tanto pelo nome. “Foi Helena de Troia, e escolhi porque gosto do nome”, confessou. Filha do deus Zeus e da mortal Leda, a personagem se tornou conhecida na mitologia Grega por ser a mulher mais bela do mundo. Seu sequestro causou a Guerra de Troia. Já as Helenas das novelas sempre são mulheres fortes e imperfeitas, capazes de fazer tudo por amor.

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“Curiosamente, tive duas filhas mulheres e nenhuma delas se chama Helena. As pessoas me perguntavam na rua: ‘Foi sua namorada, sua amante?’ e eu dizia: ‘Não’. Podia parecer que era minha mãe, minha irmã ou alguém da família, mas não era, não”, completou.

(Foto: Reprodução/Globoplay)

Questionado por Bial sobre a existência de semelhanças entre todas as Helenas, Manoel afirmou que todas dividiam alguns princípios: “Sim, se dilui e se acrescenta algo durante as novelas, mas a Helena é generosa, apaixonada por qualquer coisa, inclusive por qualquer homem, despojada, boa mãe, exemplo familiar. Acho que isso agradou [o público] também, essa mistura toda”, analisou.

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Criador de tramas ambientadas no Leblon e que retratam o cotidiano carioca, Maneco ainda declarou que escolheu o bairro como plano de fundo de suas obras, por conta da familiaridade que possui com o mesmo. “Eu escolhi o Leblon porque eu conheço bem o Leblon. Andava diariamente no Leblon, de mãos dadas com meu filho. Cumprimentava o carteiro, o moço do açougue… Todos sabiam os nomes dos meus filhos”, justificou.

O entrevistador, por sua vez, comentou que existe o Leblon antes e depois da influência de Manoel Carlos, que ao utilizar elementos de seu universo, fez com que muitas pessoas acabassem tomando a ficção como realidade. “Tenho muito orgulho. Sempre me lembro de um episódio quando duas velhinhas me pararam na rua e perguntaram: ‘Quantos apartamentos você tem no Leblon? Porque não é possível fazer tanta propaganda do bairro! Tenho parentes que querem vir morar aqui só por conta da novela'”, contou, aos risos.

“As pessoas iam até a livraria dirigida por Tony Ramos em ‘Laços de Família’, e perguntavam onde estava a escada. Eu disse ‘a escada é cenográfica’. As pessoas se incorporaram à ficção, batiam na porta, também como em ‘Laços de Família’, pra saber se tinha apartamento pra vender, para morar no apartamento da Helena… Existiu isso tudo”, encerrou. Confira a entrevista, clicando aqui.