Algumas novelas marcam a história… Outras marcam a pele do elenco. Nesta segunda-feira (24), durante uma live no Instagram com Teresa Cristina, Marcos Caruso revelou que, até hoje, pede desculpas por uma cena intensa que fez em “Mulheres Apaixonadas”. Na ocasião, o ator feriu – sem querer – a colega de elenco, Regiane Alves.
Na ocasião em questão, seu personagem Carlão deu uma surra pesada na filha, Dóris, que maltratava os avós. No papo, ela recordou como a cena que foi ao ar contou com um imprevisto dolorido: uma cintada de verdade. “Nós gravamos a cena do cinto de uma vez só. Eu pegava, botava ela na cama, e foram 12 cintadas. Só que o cinto que foi usado era cenográfico, de feltro, como se fosse isso, para não machucar a atriz, obviamente”, iniciou Caruso.
“Fomos para casa e, na noite da gravação, recebi uma ligação do Ricardo Waddington, que era o diretor da novela, que disse: ‘Caruso, nós vamos ter que regravar a cena’. Eu disse: ‘Não, pelo amor de Deus’. Não tem jeito, ficou falso. Cada vez que levantava o cinto, o cinto fazia assim [ficava torto], ficava mole, então não dava a verossimilhança. Vamos ter que fazer de novo com cinto de verdade, de couro”, lembrou o ator.
No dia seguinte, Caruso e Regiane voltaram aos estúdios e tiveram de refazer a cena da surra – desta vez, usando o cinto de couro. Até que, no final da filmagem, o artista atingiu a colega com tudo. “Foram 12 cintadas. 11 não pegaram nela, mas a 12ª… foi. Ficou uma marca vermelha, que acho que a Regiane tem até hoje essa marca. Foi um horror. Foi a última cintada, ela deu um grito. Tá no ar isso!”, contou. Relembre a cena forte aqui:
https://youtu.be/uEFHIrGSGZ0
Tanto Caruso, quanto Regiane, acabaram a gravação aos prantos. “Acabou a cena, nós nos abraçamos. A Regiane chorava, mas chorava de dor, e eu chorava pela dor dela e por ter dado uma cintada nela sem querer, mas dei. Fazer o quê? Então, a cena que vocês vão ver é com cinto de verdade”, comentou ele, referindo-se à reprise da novela no canal Viva. “Até hoje peço desculpas, estou há 17 anos pedindo desculpas pra Regiane pela cintada que eu dei”, adicionou.
Como resultado, a cena teve uma grande repercussão e ficou no imaginário coletivo do público. “O interessante é que as pessoas até hoje falam: ‘Aquela novela que você dava a surra na menina’. Não, eu não dei surra na menina a novela inteira, porque parece que eu dava surra em todos os capítulos. Foi um capítulo só, aquele mais esperado. Aí, obviamente, foi uma catarse, as pessoas se sentiram vingadas através do Carlão”, mencionou.
O ator também avalia que Manoel Carlos foi perspicaz ao escrever o folhetim de maneira que esse desfecho fosse desejado por espectadores: “O grande mérito de tudo é do grande Manoel Carlos. Ele escreveu de uma maneira que o público pedia a surra, pedia o tapa. O público falava: ‘Pelo amor de Deus, dá um corretivo nessa menina. Dá um corretivo na Dóris, ela não pode agredir os avós, como agredia o pai e a mãe’. Ele é um grande construtor de personagens”.
“Ele [Carlão] foi construído como um pai banana, um filho banana, um marido banana. Não tomava atitude. A mulher mandava nele, a filha mandava nele, a vida mandava nele. Era um contador meio desempregado, vivia às custas da mulher também. E aí você pensa: ‘Esse homem não vai reagir’. Mas ele é tomado pelo brio mesmo de que os pais estão sendo maltratados pela própria filha”, refletiu Caruso. Certamente, não tem como esquecer uma sequência dessas, né?
Assista ao papo na íntegra aqui: