Hugo Gloss

Repórter da Jovem Pan nega choro em reportagem sobre Jair Bolsonaro e explica semblante abalado

Repórter Jovem Pan

Repórter Jovem Pan

Em entrevista divulgada nesta quinta-feira (4), a repórter Katiuscia Sotomayor, da Jovem Pan, negou que tenha chorado ao noticiar uma operação na casa de Jair Bolsonaro. Segundo a Polícia Federal, o cartão de vacina do ex-presidente e da filha caçula foram fraudados para que eles pudessem viajar. Para a Folha de São Paulo, Katiuscia revelou que se recupera de uma lesão e “não conseguiu disfarçar a dor”.

No vídeo que viralizou, a jornalista noticiava a Operação Venire ao vivo, no programa “Morning Show”. Ela citou tuítes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da primeira-dama, Janja, após a notícia de que os policiais estavam na casa da família Bolsonaro. “A gente amanheceu com um tuíte do presidente Lula falando ‘bom dia e boa quarta-feira’ e, na sequência, a primeira-dama, Janja, também postou ‘bom dia'”, disse. Assista:

Ao perceberem o “semblante abalado” da repórter, alguns internautas deduziram que ela estaria chateada com o desdobramento do caso. Segundo ela, no entanto, o real motivo era um lesão no cotovelo. “Eu não chorei nem estava prestes a chorar. Estou me recuperando de um machucado e não percebi que não estava conseguindo disfarçar a dor”, contou Katiuscia, que trata uma epicondilite.

A jornalista também explicou que, devido à correria das notícias, esqueceu de tomar os remédios para amenizar a dor. “Eu entrei dez vezes ao vivo hoje cedo atualizando essa pauta. Estava super dedicada e correndo”, desabafou, lamentando as críticas.

Nas redes sociais, o vídeo repercutiu de forma negativa. “Quando o ex-presidente usou o termo ‘Eu não sou coveiro’, quando foi perguntado sobre as vítimas de Covid-19, você também chorou?”, questionou uma usuária. “Chega de frescura e de mimimi, vai ficar chorando até quando?”, perguntou outro, repetindo uma frase do próprio Bolsonaro durante a pandemia. “Não é possível isso. Vamos fazer uma terapia”, aconselhou um terceiro.

A operação 

Segundo a GloboNews, as autoridades cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro, nesta quarta (3). Os agentes investigam um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, dentro do inquérito das “milícias digitais”.

Além de Jair Bolsonaro e Laura, o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, a esposa e a filha também teriam forjado os certificados de vacinação. As mudanças teriam sido feitas em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

Cartões de vacina da família Bolsonaro foram adulterados. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários. Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid-19”, disse o trecho da operação obtido pela emissora.

De acordo com os policiais, Jair Bolsonaro e os demais envolvidos não queriam dar o braço a torcer sobre a eficácia da vacina: “Seria para manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, além de sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.

As condutas investigadas pela Polícia Federal podem configurar crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores. Neste momento, todas as prisões já foram cumpridas.

O ex-presidente, no entanto, negou que tenha fraudado o seu cartão de vacina. “Não existe adulteração da minha parte. Não tomei a vacina. Ponto final. Em momento nenhum eu falei que tomei a vacina e não tomei”, afirmou. De acordo com a PF, no entanto, os dados da família Bolsonaro foram adulterados para que eles pudessem entrar nos Estados Unidos, para onde viajaram em 30 de dezembro, dias antes dele deixar o cargo no Executivo. Clique aqui para assistir e conferir os detalhes. 

Sair da versão mobile