Nesta quinta-feira (25), Florinda Meza, viúva de Roberto Bolaños, compartilhou uma carta sobre as polêmicas que cercam as séries “Chaves” e “Chapolin”. No desabafo, publicado no Instagram, a intérprete de dona Florinda falou sobre o testamento deixado pelo marido, afirmou que nunca abriu um processo contra alguém e lamentou que as atrações de grande sucesso tenham saído do ar por questões burocráticas.
“Todos sabem que Roberto Gómez Bolaños é o amor da minha vida“, iniciou a atriz. “Quando ele fez seu testamento, fiquei tranquila, pois ele decidiu aquilo que o deixou em paz. Em 2014, Roberto morreu nos meus braços. Meu luto por sua ausência tem sido longo e doloroso, passei anos isolada, me recuperando“, relembrou.
Em seguida, ela falou que o contrato com a Televisa pelos direitos literários para as transmissões de “Chaves” acabou durante a pandemia, em 2020, e que ela não foi convocada para a renegociação. “Fiquei sabendo pela mídia que finalmente não tinham chegado a um acordo e suspenderam a transmissão dos programas. Algo explodiu dentro de mim, foi como se meu Roberto se levantasse da tumba e gritasse: ‘Acorda! Você tem que defender meu legado’“, escreveu.
Florinda explicou que foi nomeada pelo intérprete de Chaves como sua representante para “proteger seus personagens de mau uso“. “E que pior uso pode ser feito do legado de um gênio do que enterrá-lo, congelá-lo por quase 4 anos?“, se questionou ela, afirmando, ainda, que o artista nunca se interessou pelo dinheiro. “Ele não teria permitido que a série saísse do ar durante a pandemia. Retirar essa alegria dos seguidores justo quando mais precisavam foi terrível“, acrescentou.
A atriz também revelou o motivo de não se envolver em polêmicas, elogiou a personalidade de Bolaños e afirmou que, desde a morte do marido, nunca entrou em batalhas judiciais. “Preservar esses bons sentimentos é uma missão para mim, como deveria ser para o resto do elenco, por isso, na medida do possível, evito responder polêmicas e ataques, pois escolho evocar o bem que vivemos juntos“, pontuou.
Ela desmentiu que tenha processado Roberto Gómez Fernández, filho de Bolaños. “Quero esclarecer que, até hoje, NÃO PROCESSEI NINGUÉM, não é meu desejo, e espero não me ver na necessidade de fazê-lo, por nenhum motivo. Nunca busquei conflito com os filhos do amor da minha vida. A última vontade de Roberto exige que eu intervenha para proteger seu legado, porque ele confiava em mim e assim dispôs em seu testamento. Se eles quiserem, podemos resolver isso imediatamente; é urgente que o riso retorne aos lares“, anunciou a atriz.
Por fim, Florinda afirmou que vai continuar defendendo o seu trabalho, os direitos literários, a sua imagem e a vida privada com o ator. Além disso, ela mandou indireta sobre a nova série biográfica que está em produção pela Max, “O Chespirito: Sem Querer Querendo”. “Qualquer visão diferente disso não será sua biografia, será outra história, a imaginação de outra pessoa, cheia de fantasias para vender… mas o personagem que leva o nome de ‘Roberto’ não será realmente ele. Honremos Roberto Gómez Bolaños, ‘Chespirito’, e cuidemos da magia. NOSSA MAGIA, porque seu legado de alegria é de todos os bons que o seguem… e seu escudo É UM CORAÇÃO“, concluiu. A carta foi publicada tanto em espanhol quanto em português. Confira:
Entenda o caso
Roberto Bolaños, que morreu em novembro de 2014, foi o responsável por criar e interpretar Chaves e Chapolin, personagens que arrastam fãs ao redor do mundo até os dias de hoje. O primeiro episódio de “Chaves” foi ao ar em fevereiro de 1973. Assim como citado por Florinda Meza, os direitos de exibição da Televisa foram expirados e as atrações deixaram de ser exibidas não apenas pela emissora mexicana, mas em todos os outros canais que também faziam a transmissão.
O SBT, que apresentava as produções desde 1984, também retirou os episódios da programação. Ao longo dessa batalha entre a Televisa e o Grupo Chespirito, comandado pelo filho de Bolaños, Roberto Gómez Fernández, que detém os direitos autorais da obra, Meza se opôs publicamente às decisões do executivo.
Ainda, o assunto retornou à mídia após o anúncio de que estavam produzindo uma série biográfica sobre Bolaños. De acordo com a TV Azteca, em março, Florinda teria entrado com um processo, alegando que a empresária Maca Rotter, ex-diretora da divisão de licenciamentos do Grupo Televisa, não pediu a autorização à família para realizar a produção. Agora, finalmente, a artista quebrou o silêncio e negou qualquer ação na Justiça. Saiba mais aqui.