Para inventar Anna não foi preciso conhecê-la… Shonda Rhimes, criadora da série da Netflix “Inventando Anna”, revelou que nunca se encontrou com a verdadeira Anna Delvey, ou Anna Sorokin, a golpista que inspirou a personagem principal da produção. Em entrevista ao The Hollywood Reporter divulgada nesta segunda-feira (15), a autora explicou o motivo de nunca querer conhecer a falsa herdeira alemã, revelando que isso foi proposital e facilitou a criação do enredo.
“Eu propositalmente não queria conhecer Anna porque eu sabia duas coisas ao ouvir histórias de todos: ou as pessoas se apaixonaram por ela e perderam toda a objetividade, ou a odiavam e simplesmente não conseguiam lidar. E eu senti que não queria ficar presa em uma posição onde eu tinha esses sentimentos por essa pessoa, que ia definir como eu ia contar a história“, afirmou Shonda.
Rhimes explicou que não queria sentir pena de Anna, mas também não desejava assumir, de cara, que “ela é esse monstro”. No entanto, a produtora de TV norte-americana admitiu estar curiosa sobre o futuro de Sorokin. “Eu me pergunto quem ela vai ser em 10 anos, quem ela vai ser em 20 anos. Ela tem muito o que crescer”, projetou a roteirista da minissérie sobre a vigarista.
Anna, por outro lado, revelou, em entrevista ao podcast do Spotify “Forbidden Fruits”, que tem uma visão diferente sobre as suas ações do passado, salientando que ela só queria se sentir dona de algo: “Eu só queria minhas próprias coisas e quero estar no controle. E eu só queria dizer às pessoas o que fazer. É uma dinâmica tão diferente ser pago e pagar as pessoas”.
“Inventando Anna” conta a história de Anna Delvey (Julia Garner), que conseguiu convencer a elite de Nova York que era uma herdeira alemã. Por anos, ela cometeu fraudes contra grandes instituições financeiras, hotéis, bancos, restaurantes e até seus amigos. Somados, os golpes chegaram a um valor total superior a US$ 275 mil. A minissérie de dez capítulos, disponível no streaming Netflix, foi sucesso de audiência.
Sorokin, seu verdadeiro sobrenome, de origem russa, foi presa em 2017 pelas fraudes. Em abril do mesmo ano, ela foi acusada por oito crimes, entre tentativa de furto, furto em segundo grau e roubo de serviços. À época, Anna foi condenada de quatro a doze anos de prisão, e foi solta em liberdade condicional, em fevereiro de 2021. Atualmente, ela é mantida sob custódia pela Imigração de Alfândega dos Estados Unidos (ICE).
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