Colegas denunciam estudante de Direito por gastar R$ 77 mil arrecadados para a formatura com Jogo do Tigrinho, em SC, e expõem suposta mensagem

As vítimas tentam arrecadar dinheiro mais uma vez para realizar o evento, enquanto seguem na Justiça para recuperar o valor

Suspeita admitiu ter usado o dinheiro da formatura em apostas online (Foto: Unsplash)
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Em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, alunos do curso de direito da Unidade Central de Educação Faem (UCEFF) relataram que a presidente da comissão de formatura usou cerca de R$ 77 mil que havia sido economizado para a festa de formatura em apostas online. A cerimônia, que estava agendada para 22 de fevereiro, não pôde ser realizada devido à falta de recursos. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

Nicoli Bertoncelli Bison, uma das vítimas, teria sido informada sobre a situação pela própria responsável pelo dinheiro. Em uma conversa no Whatsapp, em 27 de janeiro, Cláudia Roberta Silva enviou uma mensagem admitindo que perdeu a quantia.

“Eu perdi todo o dinheiro da formatura. Me viciei em apostas on-line, Tigrinho e afins, e quando perdi todo o dinheiro que eu tinha guardado, comecei a usar o da formatura para tentar recuperar. E aí, cada vez mais fui me afundando no jogo”, relatou a estudante na mensagem.

Suspeita contou aos colegas que havia usado o dinheiro. (Foto: Arquivo pessoal)
Suspeita contou aos colegas que havia usado o dinheiro. (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo o g1, a Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o ocorrido e segue com duas possibilidades de investigação: apropriação indébita ou estelionato. A equipe investigativa pretende ouvir as vítimas, testemunhas e a própria suspeita nos próximos dias. Cláudia afirmou ao portal que dará as explicações em breve.

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Entenda o caso

Nicoli explicou que os alunos contribuíram por três anos para juntar o dinheiro necessário para a festa de formatura. Todo o valor foi depositado na conta de Cláudia, que ficou responsável por cuidar da parte financeira da organização. O boletim de ocorrência registrado pelo grupo detalha que, no fechamento do contrato com a empresa organizadora, foi pago um adiantamento de R$ 2 mil. O restante da quantia, R$ 76.992,00, deveria ser quitado até dezembro de 2024.

Após várias tentativas de entrar em contato com a presidente da comissão, a companhia de eventos enviou um ultimato aos estudantes em janeiro, informando que Cláudia afirmou não ter mais o dinheiro.

Caso foi parar na polícia. (Foto: Arquivo pessoal)
Caso foi parar na polícia. (Foto: Arquivo pessoal)

“A gente não desconfiou de nada porque, desde o início, ela sempre foi muito assim: ‘vou atrás, vou fazer’. Não havia como a gente suspeitar dela, porque ela mostrou até o último segundo que estava tudo bem. Quem ia imaginar que, em um mês, o nosso sonho ia por água abaixo? Nunca passou pela nossa cabeça”, lembrou Nicoli.

A Polícia Civil já pediu à Justiça que tome medidas para rastrear o dinheiro e, se possível, reaver a quantia que foi desviada. Enquanto tenta recuperar os valores perdidos, a turma decidiu realizar uma nova arrecadação para viabilizar a formatura em maio deste ano, utilizando vaquinhas online e eventos.

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