Piloto fala pela 1ª vez e revela o que aconteceu com balão antes de cair em SC; assista

Elves de Bem Crescêncio tentou fazer um pouso forçado e pediu que o grupo saltasse do cesto em chamas

Elves de Bem Crescêncio, licenciado pela ANAC para pilotar balões livres, detalhou a tragédia em Santa Catarina que deixou oito mortos e 13 feridos. Em depoimento à polícia, divulgado pelo “Fantástico” deste domingo (22), ele explicou onde o fogo começou. O piloto ainda listou as tentativas para conter as chamas e salvar os passageiros.

De acordo com a ANAC, os documentos de Elves estão vigentes até julho de 2026. O piloto informou que já atua na área há 3 anos e meio, e tem cerca de 700 horas de voo. “A gente voa muito aqui na cidade (Praia Grande), é muito tranquilo”, afirmou.

Às autoridades, ele recordou os momentos antes da decolagem. Ao todo, 21 pessoas formavam o grupo. “É um balão bem grande. Ele levanta, de passageiros, 1950kg. Então ele tem uma força tremenda. Entendi que dava para decolar, todo mundo decolou. Hoje, acredito que por volta de 40, 45 balões”, disse.

Em seguida, Elves narrou como tudo aconteceu. “Decolei e, algo em torno de 2, 3 minutos de voo, eu sinto um cheiro de queimado dentro do cesto. Quando eu olho pra baixo, a capa do tanque de gás tinha o início de um incêndio. Era uma chama desse tamanho (médio), descreveu.

Licença de Elves para pilotar balões está válida até o próximo ano (Foto: Reprodução/TV Globo)

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Foi quando o piloto tentou resolver o problema. No entanto, ele não esperava que outra falha fosse constatada. “Eu comecei com o pé, tentando apagar o fogo, não consegui. Peguei o extintor de incêndio que tem no balão, tirei o lacre e a hora que eu apertei ele não saiu nada de pó”, relatou.

“Eu estou com os dedos todos queimados. Tentei arrancar [o cilindro que estava pegando fogo pra jogar fora]. Na hora que ele [o balão] pousou no chão, que eu falei pro pessoal pular, eu já não tinha mais o controle. Eu pulei também, toda uma galera pulou”, acrescentou, emocionado.

Com a redução do peso, o balão voltou a subir rapidamente, levando consigo aqueles que ainda não haviam conseguido saltar do cesto. Em seguida, a estrutura caiu em chamas. “Foi horrível. Eu que liguei pro 190, pedi ambulância, polícia, Instituto Médico Legal (IML). Porque eu já tinha visto a mulher que tinha falecido. Isso no local, eu fiquei umas duas horas após o acidente”, concluiu o piloto.

Assista:

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Segundo a Polícia Civil, quatro pessoas morreram ao saltar do balão e outras quatro foram carbonizadas. Cinco dos treze sobreviventes foram levados ao hospital e já receberam alta. Ainda ontem, foram sepultados os corpos de sete vítimas.

Mais de 130 agentes de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul participaram do resgate. Em nota, a empresa responsável pelo balão, Sobrevoar, declarou que segue todas as normas da ANAC, lamentou o acidente e informou que está prestando apoio às famílias das vítimas.

Veja:

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As investigações continuam em andamento para identificar como o fogo começou. Além disso, autoridades locais discutem a criação de um protocolo específico de segurança para a prática do balonismo no estado.

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