Juliana Garcia, vítima de uma violenta agressão cometida pelo ex-namorado, compartilhou nesta sexta-feira (8) a primeira imagem após passar por uma cirurgia de reconstrução facial. A foto foi publicada em suas redes sociais, sete dias após o procedimento, e mostra Juliana ainda com hematomas e diversos pontos no rosto.
A agressão aconteceu em 27 de junho, dentro de um elevador, e foi registrada por câmeras de segurança do prédio onde Juliana morava. Nas imagens, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral aparece encurralando a vítima antes de iniciar a série de socos.

Segundo informações da Folha de S. Paulo, Juliana foi levada ao Hospital Universitário Onofre Lopes, da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), onde foi submetida à cirurgia no dia 1º de agosto. Ela recebeu alta na segunda-feira seguinte (4).
O procedimento, inicialmente previsto para durar até cinco horas, levou sete horas para ser concluído. A equipe médica reconstruiu lesões na maçã do rosto direita, órbita ocular, maxilar, mandíbula e nariz, todas fraturadas durante a agressão.
Além das fraturas visíveis, os médicos identificaram fraturas cominutivas — quando o osso se parte em múltiplos fragmentos, geralmente em três ou mais pedaços.

O cirurgião-dentista Kerlison Paulino de Oliveira, responsável pelo procedimento, explicou que esse tipo de fratura dificulta a fixação com placas e parafusos: “A estrutura precisa ficar rígida o suficiente para a obtenção do melhor resultado”.
Segundo ele, Juliana poderá enfrentar sequelas devido à gravidade das lesões. “Diante de um trauma desta magnitude, não dá para afirmar que a paciente está livre de sequelas. Para isso, será monitorada nos próximos meses para definição do que será realizado”, afirmou.
O especialista acrescentou: “O procedimento foi realizado com o objetivos de reestabelecer forma e função da face. Foram utilizadas placas e parafusos para reconstrução das áreas atingidas”.
Na sequência, Juliana postou nas redes sociais a imagem de um tratamento de laserterapia pós-operatória. “Para reduzir o edema e modular a inflamação”, explicou.

Relembre o caso
A agressão ocorreu dentro do elevador de um condomínio no bairro de Ponta Negra, zona sul de Natal (RN). Naquele sábado, Juliana e Igor haviam passado a tarde juntos na piscina do prédio. As câmeras de segurança registraram o momento em que o casal entra no elevador e inicia uma discussão.
Nas imagens, Igor impede que a porta se feche enquanto Juliana permanece encurralada no fundo da cabine. O vídeo mostra o momento em que ele desfere o primeiro soco, derrubando-a. Em seguida, inicia uma sequência brutal de golpes — foram 61 socos em apenas 34 segundos, todos direcionados ao rosto e à cabeça da vítima.
Segundo as investigações, Igor teve uma crise de ciúmes após ver no celular de Juliana uma conversa com um amigo dele. Ela relatou que o ex-namorado já havia demonstrado comportamentos agressivos anteriormente, durante os dois anos de relacionamento marcados por idas e vindas.
Após a agressão, Juliana consegue se levantar, com o rosto ensanguentado, e deixa o elevador cambaleando. Igor sai logo depois, ajustando o chinelo antes de abandonar o local.
Em depoimento à polícia, ele alegou ter sofrido um “surto claustrofóbico”. No entanto, Igor está preso desde o dia 26 de julho e, nesta quinta-feira (7), tornou-se réu por tentativa de feminicídio, após denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Norte ter sido aceita pela Justiça.
