O controverso filme de terror “Megan is Missing”, de 2011, saiu do limbo e voltou a repercutir recentemente após viralizar no TikTok. A produção – que já foi banida na Nova Zelândia – traumatizou uma série de espectadores e seguiu causando polêmica pela web. Com tanta repercussão, o próprio diretor do longa, Michael Goi, fez um aviso importante ao público que pretende assistir à produção.
Apenas no TikTok, a hashtag #MeganIsMissing atingiu mais de 87 milhões de visualizações. Pela rede social, são vários os vídeos e relatos de pessoas que assistiram à produção – mas saíram bastante apavoradas. “É a coisa mais perturbadora que eu já assisti, me senti muito ilegal em assistir ao final dele e meu coração está partido”, disse uma usuária.
@nah.tuh.l33its the most disturbing thibg ive EVER watched, it felt very illegal to watch the end of it and my heart is broken ##meganismissing♬ Remember That Night? – Sara Kays
“Não sou de ter o estômago frágil, mas isso foi uma das piores coisas que vi na minha vida, tenham cuidado”, escreveu outro jovem apavorado. Uma internauta também deixou sua recomendação: “Se você está pensando em assistir ‘Megan is Missing’, não assista. Eu amo filmes de terror e de suspense/mistérios de assassinatos, eu consigo assisti-los facilmente, mas esse eu não vou esquecer. Eu nem consegui terminar”. No geral, todos apenas concordaram que “é muito perturbador de se assistir”. Veja algumas reações:
@tiagoponnno soy de tener el estómago frágil pero esto fue una de las peores cosas que vi en mi vida, tengan cuidado ##meganismissing♬ original sound – AntiNightcore
@lilnutmeggjust take my word for it please. & if you want to know more about it before watching pls ask me ##meganismissing ##fyp ##BeKind ##OnHold ##foryoupage♬ original sound – AntiNightcore
@stephpappasVery disturbing to watch. ##meganismissing ##movie ##scary♬ original sound – laura?☠️
No Twitter, não foi diferente. O assunto se tornou um dos mais comentados e atingiu mais de 55 mil tuítes recentes, de acordo com a Entertainment Weekly. Pelo Brasil e pelo mundo, o trauma se manteve único. “Acabei de ver ‘Megan is Missing’ e quero beber cloro. P*ta merda aquilo é tão perturbador”, contou um brasileiro. Outros aproveitaram para dividir seus relatos, ou levantar mais alertas sobre a história. Dá uma olhada:
Acabei de ver "Megan is Missing" e quero beber cloro. Puta merda aquilo é tão perturbador pic.twitter.com/Yy7LqCUKP6
— Isa• namorada do Deku (@Isa_Hanjisgf) November 16, 2020
“Eu assisti à ‘Megan is Missing’ quando eu era realmente pequena e eu só queria dizer… Aquilo foi traumatizante pra c*ralho, por anos eu não queria deixar minha casa e ficava assustada em deixar minha irmãzinha e meu irmão saírem de casa”, lembrou Andrea.
I watched Megan is Missing when i was really really little and i just wanted to say…THAT WAS SO FUCKING TRAUMATIZING FOR YEARS I DIDN'T WANNA LEAVE MY HOUSE AND WAS SCARED TO LET MY LITTLE SISTER AND BROTHER TO LEAVE THE HOUSE pic.twitter.com/83Y4CaNvF8
— little Mario (@littlemarioooo) November 15, 2020
“Estou vendo muitos tuítes sobre ‘Megan is Missing’. É perturbador. Se você tem trauma com estupro e fica facilmente ansioso, sugiro que você não assista isso. Mas assistir espalha consciência sobre o que está acontecendo, não apenas para mulheres, mas também para homens”, pontuou um perfil.
trigger warning // r*pe
i can see a lot of tweet about megan is missing. it's disturbing. if you have trauma in r*pe and you easily get anxious, i suggest that don't watch it. but watching that spreads awareness of what's happening, not only for woman but also for man.
— hiro (@akiihiirooo) November 15, 2020
Diretor deixa alerta ao público
Assim que soube que seu filme havia viralizado, Michael Goi entrou no TikTok e deixou um alerta de gatilho a todo o potencial público de sua produção. “Não pude dar os avisos que costumava dar às pessoas antes de assistirem ‘Megan is Missing’, que são: não assista ao filme no meio da noite, não assista ao filme sozinho, e quando você vir as palavras ‘foto número um’ surgindo na tela, você tem cerca de quatro segundos para desligar o filme, se você já estiver surtando, antes que você comece a ver coisas que talvez não queira ver”, avisou ele.
O cineasta ainda contou que soube do viral por conta da atriz protagonista do longa, Amber Perkins. O diretor também aproveitou para pedir desculpas a todos “aqueles que já postaram sobre como o filme os deixou surtados”. Assista abaixo:
@michaelgoi##meganismissing♬ original sound – Michael Goi
Mas qual é a história de ‘Megan is Missing’?
O filme conta a história de duas melhores amigas adolescentes – Megan Stewart (Rachel Quinn) e Amy Herman (Amber Perkins), que vivem em North Hollywood, na Califórnia. Depois de conhecer um rapaz e começar a conversar com ele pela Internet, Megan desaparece. Então, Amy segue em busca da amiga numa jornada bastante traiçoeira e muito perigosa. As cenas perturbadores incluem temas como estupro, pedofilia e tortura.
Um dos fatores que causa controvérsia é o estilo adotado pelo filme, conhecido como “found footage” – que é como se as imagens fossem reais, gravadas pelos personagens. Entretanto, Michael Goi não se baseou em um caso real. O longa até foi divulgado como se a narrativa fosse inspirada em uma história específica, no entanto, o cineasta apenas se baseou em relatos de sequestros de crianças. Outra curiosidade é que a produção foi filmada em 2006, mas apenas foi lançada em 2011, quando finalmente conseguiu uma distribuição pela Anchor Bay Films.
Assista ao trailer abaixo: [ALERTA GATILHO: Contém cenas de violência e imagens perturbadoras]
Banimento da Nova Zelândia
Após seu lançamento, “Megan is Missing” foi banido na Nova Zelândia por conta de seu conteúdo, classificado como “ofensivo” pelo Escritório de Classificação de Filme e Literatura (Office of Film and Literature Classification). “O filme apresenta violência sexual e conduta envolvendo pessoas jovens de tal extensão e grau, de tal maneira, que a disponibilidade dele provavelmente será prejudicial ao bem público”, disse a agência neozelandesa.
O filme também foi alvo de críticas pelas atuações do elenco – formado por muitos atores inexperientes –, a violência gráfica contra protagonistas crianças, além da hipersexualização de adolescentes. “A intenção de Goi foi, sem dúvidas, positiva – ele é um cara legal que realmente quer salvar a vida das crianças – mas isso não impediu que ‘Megan is Missing’ fosse desprezado como um ‘pornô de tortura’: ainda se parece como um filme de exploração”, pontuou a pesquisadora e crítica de cinema Alexandra Heller-Nicholas.
Anos após seu trabalho em “Megan is Missing”, Michael Goi já esteve em outras produções renomadas, como “American Horror Story”, “Scream Queens”, “O Mundo Sombrio de Sabrina” e “Riverdale”. Mas deu para ver que seu primeiro filme ainda vai dar o que falar, hein?