Adolescente de 15 anos é espancado por 7 estudantes em ônibus escolar na Bahia; família aponta homofobia

Menino foi agredido com socos, tapas e chutes por sete outros estudantes e precisou de atendimento médico

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Na última sexta-feira (25), um adolescente de 15 anos foi agredido com socos, tapas e chutes por sete outros garotos em um ônibus escolar de Camaçari, na Bahia. Ao G1, a doméstica Mara Santana, mãe da vítima, declarou que os ataques foram motivados por homofobia. Após o espancamento, o estudante do Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas precisou ser levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde recebeu atendimento.

Segundo Mara, seu filho foi socorrido pela mãe de uma colega, que também acabou atingida durante as agressões. “Ele saiu [da escola] por volta de 12h30, pegou o ônibus, e os garotos começaram a bater nele do Derba até o lugar que ele saltou. Uma das mães de outra aluna, que foi atingida por um soco, pegou ele, colocou dentro da casa dela, e me ligou para eu ir buscar, porque os garotos ameaçavam ele dizendo que iam matar. Aí ela segurou ele dentro de casa e mandei o pai ir buscar”, relatou, afirmando que o adolescente foi afetado também emocionalmente.

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“Ele me contou que os meninos ficaram chamando ele de ‘viado’. Ele está muito abalado, o psicológico não está bem. Está muito triste e cada hora que vê a cena, chora. Ele não aguenta mais e ontem mesmo teve muita dor de cabeça. Hoje vamos levá-lo para o Hospital Geral de Camaçari, para fazer uma tomografia, porque não sabemos o que está acontecendo. É triste, porque ninguém tem o direito de fazer esse ato. Isso é um crime, é uma tentativa de homicídio. Uma covardia”, lamentou a doméstica.

Esta, entretanto, não foi a única agressão sofrida pelo jovem. “Uma semana antes, um desses adolescentes deu um murro nele, bateu nele dentro do ônibus e ele foi pra aula, porque esse é o único transporte que tem e ele precisa estudar. Ele relatou que sofre bullying e não é de agora. Eu não sabia. Se eu soubesse, já tinha tomado uma providência. Acho que ele não falou por medo. Estou muito triste”, desabafou Mara, que irá registrar ocorrência do caso.

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Santana ainda informou que o Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas adotou medidas contra os estudantes agressores e a Secretaria Municipal de Educação disponibilizou auxílio jurídico e psicossocial à vítima e sua família: “A escola tomou as providências cabíveis, Hoje, a diretora, junto com a secretária, chegou apoiando, prestando apoio com psicólogo, advogado, o que eu precisar. O mais triste é que esses adolescentes estão ameaçando meu filho pelo Instagram. A gente ainda não prestou queixa, mas vamos fazer isso”.

O caso também é acompanhado pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), que lamentou a agressão sofrida pelo adolescente. Em nota, o órgão reforçou que é dever de toda a sociedade e das famílias garantir um ambiente acolhedor para os jovens, avaliando ainda que a violência registrada no vídeo é sintoma do ódio que tem tirado vidas de pessoas LGBTQIA+ em todo o país. Vale ressaltar que homofobia é crime previsto por lei.