Nesta terça-feira (24), a médica Mariana de Lima Alves foi afastada de suas atividades na Unidade de Pronto Atendimento da cidade de Almirante Tamandaré (PR). Mariana também está sendo investigada pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná, após uma série de publicações no Twitter, reclamando da conduta dos próprios pacientes. Em nota enviada ao UOL, a prefeitura da cidade se manifestou sobre o caso.
De acordo com o comunicado, a médica foi contratada por meio de uma empresa terceirizada, mas sua conduta profissional não condiz com as publicações ofensivas. “Segundo os colegas, [ela] sempre atendeu todos os pacientes com muito respeito e simpatia, sem reclamações por parte da população. Não tínhamos conhecimento destas publicações até o momento”, diz a nota.
Mariana foi suspensa até que tudo seja esclarecido pelas autoridades, e pode ser definitivamente afastada caso a irregularidade seja confirmada. “Se comprovada conduta irresponsável, que fere os princípios éticos do exercício da profissão, a mesma será desligada da equipe de plantonistas”, encerrou o comunicado.
A médica é acusada de reclamar, de forma ofensiva, dos pacientes em suas redes sociais, entre abril e maio deste ano. Capturas de tela de uma conta atribuída a Mariana mostram xingamentos como: “Tem que ser muito filha de uma p*ta para ir à 1h da manhã no pronto-socorro por infecção urinária. Não tem outra expressão para descrever”.
Em outra imagem, a profissional critica gestantes. “As gestantes são tudo referenciadas de maternidade porta aberta e vem para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) quando começa a parir. P*ta que pariu, mulher. Me deixa em paz”, diz a postagem do dia 17 de maio.
Em 17 de abril, o comentário se refere a pacientes que procuram atendimento médico em dias de feriado: “Qual a tara de vir no pronto-socorro num feriado por uma coisa que você já tá sentindo há mais de 30 dias”.
Mariana de Lima Alves, em nota, “reconheceu o erro” e alegou que as reclamações se deram “pensando no bem-estar dos pacientes”. “As mensagens foram escritas em desabafo em momento de estresse e cansaço. Entendo que todos mereçam ótimo tratamento e foi assim que sempre agi, porém sempre me preocupei que pessoas com sintomas que deveriam ser tratados em UBS e serviços ambulatoriais pudessem causar filas que gerassem risco ao atendimento de pessoas em situações de urgência/emergência”, afirmou a jovem.