Agressor de procuradora espancada tem prisão preventiva decretada pela Justiça; saiba detalhes

Demétrius Oliveira de Macedo foi flagrado desferindo socos e cotoveladas na procuradora-geral Gabriela Samadello Monteiro de Barros

Demetrius Procuradora Espancada

O procurador Demétrius Oliveira de Macedo teve sua prisão preventiva decretada hoje (22). Na segunda-feira (20), ele foi filmado agredindo a procuradora-geral da Prefeitura de Registro (SP), Gabriela Samadello Monteiro de Barros. O pedido de prisão foi apresentado pelo delegado Daniel Vaz Rocha, que está responsável pelo caso.

Segundo o G1, o delegado indicou que o acusado estaria colocando em risco a vida de colegas de trabalho. [O investigado] vem tendo sérios problemas de relacionamento com mulheres no ambiente de trabalho, sendo que, em liberdade, expõe a perigo a vida delas, e consequentemente, a ordem pública”, disse ele no pedido, encaminhado à 1ª Vara Criminal da cidade.

Procuradora
Procuradora mostra rosto ensanguentado após agressão. (Foto: arquivo pessoal)

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De acordo com a Polícia Civil, fotos e vídeos da agressão foram reunidas para o inquérito que vai apurar o caso. Além disso, o depoimento da procuradora-geral também foi utilizado para fundamentar o pedido da prisão preventiva. Com a repercussão do caso, o governador de São Paulo também se manifestou. “A agressão do procurador de Registro a uma colega não ficará impune. A Polícia Civil acaba de pedir a prisão do agressor Demétrius Macedo. Que a Justiça faça a sua parte e puna todo e qualquer covarde que agrida uma mulher”, disse Rodrigo Garcia (PSDB).

As agressões

Gabriela estava trabalhando quando foi surpreendida pelo ataque de Demétrius na última segunda-feira (20). Conforme relatado no Boletim de Ocorrência, ele deu uma cotovelada na cabeça dela e continuou com socos no rosto. As agressões foram registradas pelos colegas em um vídeo, que viralizou nesta terça (21).

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A procuradora ficou com o rosto ensanguentado e inchado em decorrência das agressões. Gabriela ainda informou à polícia que tentou se defender e até recebeu ajuda de uma funcionária, mas que a colega foi empurrada contra a porta e bateu as costas na maçaneta. Demétrius ainda proferiu xingamentos como “p*ta” e “vagabunda do c*ralho”. Veja o vídeo abaixo:

[Atenção: imagens fortes!]

Em nota, a prefeitura de Registro expressou “o mais absoluto e profundo repudio aos brutais atos de violência realizados pelo procurador municipal contra a servidora municipal mulher que exerce a função de procuradora-geral do município”. A administração municipal determinou a suspensão imediata do agressor e prejuízo no salário dele a partir de 21 de junho.

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A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, subseção Registro, também repudiou a “inadmissível, covarde e grotesca agressão física praticada” pelo procurador municipal. Um ofício contra Demetrius será apresentado na Comissão de Ética e Disciplina. “A agressão atingiu toda a advocacia e a toda a sociedade de uma forma geral, causando indignação permanente”, destacou em trecho do comunicado.

Procuradora se manifesta

Nesta quarta-feira (22), Gabriela se manifestou pela primeira vez sobre o caso. A procuradora-geral revelou que vivia sob tensão no ambiente profissional e que tinha medo de ser agredida. Segundo o G1, o agressor Demétrius Oliveira Macedo, também procurador, era subordinado à vítima. Os dois trabalhavam na Prefeitura da cidade.

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“Eu tinha medo, sim. Tinha medo de que fosse acontecer isso, mas não imaginava que fosse ser uma violência física, achava que fosse um ‘bate-boca’, uma discussão”, relatou a profissional, em entrevista à TV Tribuna. “Foi exposta a minha dignidade como mulher, fui desrespeitada como servidora pública. Foi um desrespeito brutal da minha personalidade como mulher”, disse Gabriela. Assista a um trecho do depoimento:

“Eu estava saindo da repartição quando ele veio em direção a mim de forma violenta e me desferiu uma cotovelada. Fui arremessada contra a parede. E ele começou a bater muito em mim, desferir muitos golpes. Socos e pontapés. Chutou muito o meu rosto”, detalhou a vítima. “Ele já havia hostilizado uma outra funcionária nossa e a gente tinha tido uma conversa a respeito disso. Ele foi super agressivo comigo. Me expulsou da sala dele quando eu tentei conversar”, contou Gabriela, em entrevista à Record.

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A situação ocorreu depois que Gabriela abriu um inquérito administrativo contra Macedo, por má conduta no ambiente de trabalho. Um Boletim de Ocorrência (BO) sobre o caso foi registrado no 1º Distrito Policial (DP) do município. O autor do crime chegou a ser conduzido para a delegacia, mas foi liberado na sequência.

“Ele admitiu que agrediu a vítima e alegou que assim o fez por sofrer assédio moral”, afirmou o delegado Fernando Carvalho Gregório. Ele também justificou a decisão de liberar Demétrius, dizendo que houve um “fato criminoso” e não uma “situação de flagrante”. “O fato também é analisado pelo Ministério Público (MP) e Poder Judiciário (PJ). Ao final de todos os trabalhos, teremos uma conclusão das investigações num processo, e uma eventual condenação”, continuou. Fernando ainda acrescentou não ser possível antecipar um resultado sem que tenham sido realizadas as devidas investigações.