O acidente que causou a morte do adolescente João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, no último dia 30, trouxe à tona várias outras acusações contra Bruno Krupp, o modelo que pilotava a moto. Além de estelionato, ele é denunciado por estupro. Três mulheres relataram ao Fantástico deste domingo (7) terem sido violentadas por Bruno.
Em julho, uma mulher registrou um boletim de ocorrência contra o modelo por violência sexual. A jovem de 21 anos foi até a delegacia acompanhada do pai e afirmou que foi estuprada por Krupp. Após ver a denúncia deste caso pelos jornais, outra mulher de 28 anos postou na sua rede social que passou pela mesma situação seis anos atrás.
“Eu fui encontrar com ele na casa dele, em Niterói. Ele foi muito desagradável a noite inteira. Eu dormi lá porque eu já tinha ido pra dormir, eu morava longe, enfim. Eu dormi, ele saiu da casa e voltou bêbado querendo transar comigo. Ele me segurou forte no braço e não me deixou sair de jeito nenhum. Naquele momento, eu entendi que estava sendo estuprada”, relatou a jovem, que não quis se identificar. Ela disse que teve vergonha de denunciar a agressão na época, mas foi até a delegacia esta semana e fez um boletim de ocorrência. Assista:
https://twitter.com/MidiasSo/status/1556639070587068418
Depois que a mulher postou seu relato nas redes sociais, mais de 40 mulheres enviaram mensagens a ela afirmando que também foram vítimas de abusos sexuais cometidos por Bruno – e que também tiveram vergonha e medo de denunciar.
“Eu não quis denunciar porque eu ia ter que contar para os meus pais, já que na época eu era menor de idade. Eu contei para minha mãe hoje porque eu vim [dar a entrevista]”, confidenciou outra menina de 23 anos à reportagem. Questionada se irá denunciá-lo agora, ela afirmou que sim. A jovem pontuou que tinha 16 anos quando a violência aconteceu.
“Ele começou a forçar muito. Eu falei: ‘Eu não quero, eu não quero transar. Pode parar’. Aí ele me jogou, tirou minha roupa à força, segurou meu braço e aí ‘se forçou’”, descreveu. “Eu gritava muito porque estava me machucando, estava doendo. Mas ele não parou”, disse, às lágrimas.
Uma outra mulher, de 28 anos, chegou a fotografar as marcas da violência que Bruno deixou. “Foi horrível. Ele foi extremamente agressivo. Eu acordei com a boca cheia de sangue pisado por dentro, toda estourada e roxa. Meu corpo com vários hematomas roxos. Precisou acontecer uma coisa horrível para expor essa pessoa. E todos os outros crimes que ele cometeu”, afirmou.
As acusações de estupro estão sendo investigadas. “Ele usa dos mesmos artifícios para cometer as violências”, declarou José Alberto Lima Júnior, advogado das vítimas. Em relação ao atropelamento, o modelo responde por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Bruno Krupp foi levado no sábado (6) para a unidade de pronto-atendimento do Complexo de Gericinó, em Bangu. Ele estava em um hospital desde o dia do atropelamento, já com prisão preventiva decretada.
A ida do modelo para o presídio aconteceu depois de a polícia encontrar contradições entre o laudo do hospital, que o liberava para receber alta – o que permitiria que ele fosse levado para unidade prisional -, e o laudo de um médico particular, contratado pela própria família do modelo, que solicitava que ele fosse transferido para uma UTI. Segundo as autoridades, foi uma tentativa de obstrução das investigações.
O advogado William Pena, um dos representantes de Bruno, disse que o modelo nega tanto a acusação de estupro do mês passado quanto a de estelionato. Assista à reportagem na íntegra:
https://www.youtube.com/watch?v=yupBjUsG0TY