Aposentada perde R$ 208 mil em SP após ‘falso Johnny Depp’ pedir ajuda para pagar processo

A mulher acusa a instuição bancária, que recebia os depósitos, de negligência

Uma mulher aposentada, de 61 anos, foi vítima de um golpe virtual em Osasco, São Paulo, no final de 2020. A senhora, que acreditava conversar pelo Instagram com o ator norte-americano Johnny Depp desde outubro daquele ano, entregou R$ 208,4 mil ao farsante. Segundo o colonista do UOL Rogério Gentile, em matéria publicada nesta terça-feira (04), a vítima expôs à Justiça que, inicialmente, falavam sobre “assuntos do cotidiano“, mas o criminoso logo viu a oportunidade de ganhar em cima da brasileira.

De acordo com a vítima, que chegou a vender um carro e uma casa para ajudá-lo, a pessoa que se passava pelo ator a envolveu com “uma história triste de que precisava de dinheiro para o pagamento de condenações em processos nos quais ele estava envolvido”. Na ocasião, Johnny Depp e sua ex-esposa, Amber Heard, enfrentavam uma luta judicial após a atriz acusá-lo de violência doméstica.

Johnny Depp e Amber Heard protagonizaram diversos embates judiciais (Foto: Getty)

A advogada do caso, Eduarda Tosi, afirmou à Justiça que após a falsa história sobre falta de dinheiro, o criminoso e a senhora iniciaram um ‘romance’. Foi então que o golpista a prometeu de morarem juntos. “A pandemia contribuiu para que ela acreditasse em toda mentira contada pelo golpista, haja vista o abalo emocional vivenciado. Ela só procurava uma saída ou mudança de vida”, explicou a advogada. Segundo o processo, a aposentada fez, inclusive, uma cirurgia plástica acreditando que iria morar em Los Angeles, nos Estados Unidos.

As mensagens com o falso ator só cessaram no momento em que o filho da mulher desconfiou dos altos valores nas transferências e a indagou. De acordo com o processo, os depósitos aconteceram de novembro a dezembro de 2020 no Banco do Brasil, para uma conta que o golpista dizia ser do “amigo brasileiro de seu advogado“. No início, R$ 15 mil, depois, R$ 40,4 mil e, por fim, R$ 153 mil.

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A aposentada entrou na Justiça contra o banco, alegando que não houve “manutenção” e “fiscalização” por parte da instituição, entretanto, a empresa se defendeu, afirmando que a mulher “transferiu os valores por livre e espontânea vontade“, não tendo interferido nas operações. A juíza Clarissa Alves rejeitou a acusação contra o Banco do Brasil, mas a paulista, se desejar, ainda pode recorrer.

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