Na tarde desta quarta-feira (11), duas pessoas morreram e outras 10 ficaram feridas, após a queda de um avião de pequeno porte em Boituva, interior de São Paulo. Segundo o G1, a aeronave tinha decolado do Centro de Paraquedismo da cidade e sofreu uma pane elétrica. As informações preliminares apontam que o avião bateu em um barranco durante um pouso de emergência e capotou.
A Prefeitura de Boituva informou que a máquina pertencia à empresa “Skydive4Fun” e decolou carregando o piloto e 15 passageiros que fariam saltos de paraquedas. Após o acidente, viaturas da Guarda Civil Municipal, da Polícia Militar e dois helicópteros Águia foram mobilizados para os primeiros socorros. As vítimas foram encaminhadas para o Hospital São Luís e uma delas optou por ser levada para Sorocaba. No entanto, não há informações sobre o estado de saúde.
As vítimas fatais também já foram identificadas. Wilson José Romão Júnior, de 38 anos, era paraquedista e instrutor, e saltava há vários anos. André Luiz Warwar, de 53 anos, além de paraquedista experiente, era funcionário da área de tecnologia da TV Globo e diretor de filmes. Eles chegaram a dar entrada na emergência, mas não resistiram aos ferimentos.
Rafael Gonzales Alves, sobrevivente, contou que os passageiros ficaram sabendo da pane, mas pensaram que conseguiriam pousar em segurança. “Entramos no avião, procedimento de decolagem padrão. Aí, a novecentos e poucos pés de altitude (cerca de 275 metros), o alarme de emergência do avião começou a soar e o piloto então nos informou que era uma situação crítica, que era para todo mundo ficar em situação de emergência”, lembrou.
“O primeiro toque ao solo foi um pouco mais forte. Por causa da desaceleração, a gente sentiu. O segundo foi mais tranquilo, tanto que a gente comemorou na aeronave: ‘Deu bom, vai ficar tudo bem’. Só que no terceiro toque tinha uma estrada vicinal e um talude, um barranco. Então, a roda do trem de pouso bateu nesse talude e fez uma alavanca com a aeronave”, acrescentou.
Imagens gravadas pelos bombeiros após o acidente e obtidas pelo UOL, mostram a aeronave de cabeça para baixo, com a parte da frente destruída pelo impacto da queda.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o local foi isolado e uma perícia deve ser realizada em breve pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Já o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) confirmou que a aeronave envolvida no acidente está registrada na matrícula PT-OQR da Cessna Aircraft, com capacidade máxima para nove passageiros e estava com situação de aeronavegabilidade normal.
A aeronave não tinha autorização para táxi aéreo e era firmada na categoria “privada para serviço aéreo especializado de público-paraquedismo”.
O prefeito de Boituva também prestou sua solidariedade e lamentou o ocorrido: “Em 50 anos de história do paraquedismo em Boituva é o primeiro acidente com uma aeronave do CNP. Um dia muito triste para nossa cidade, considerada Capital Nacional do Paraquedismo e do Balonismo Turístico”. O Centro Nacional de Paraquedismo, em Boituva, é um dos maiores da América Latina e tem uma média de 120 decolagens diárias para a prática da atividade.