Imagens da casa do idoso que foi levado morto a uma agência bancária para fazer um empréstimo de R$ 17 mil, divulgadas pelo O Globo, nesta sexta-feira (19), mostram a situação precária em que ele vivia.
O quarto improvisado dentro do que era para ser uma garagem, fica localizado na Estrada do Engenho, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Paulo Roberto Braga, de 68 anos, morava sozinho, em um cômodo com cerca de 4 metros quadrados, sem janelas e armários. A cama era feita por um colchão velho, em cima de caixotes, forrado com um lençol fino.
De acordo com o jornal, no local é possível ver um vaso sanitário com o que parece ser uma colcha em cima, uma pequena escrivaninha e alguns objetos. Um buraco coberto por uma lona é o único ponto de ventilação do cômodo. O lugar é frio, úmido e com cheiro de mofo.
Os vizinhos do idoso relataram que não era comum ver parentes Paulo na casa. Ele era um homem solitário, tinha problemas com bebida e passava dificuldades até para se alimentar. Um deles, que preferiu não se identificar, disse que era comum a vizinhança reunir doações para ajudá-lo.
O caso
Érika de Souza Vieira Nunes foi presa em flagrante nesta terça-feira (16), após levar o cadáver de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, em uma cadeira de rodas para receber um empréstimo de R$ 17 mil, em uma agência bancária de Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os funcionários suspeitaram do comportamento da mulher e da aparência do idoso, e acionaram a polícia.
De acordo com informações de policiais que trabalham na investigação, o idoso foi levado duas vezes ao banco pela sobrinha, após receber alta hospitalar. Ele estava internado em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, na segunda-feira (15).
O laudo de exame de necropsia foi divulgado na quarta-feira (17), pelo IML. De acordo com o documento, Paulo morreu em decorrência de uma broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca, compatível com a de um homem previamente doente. Contudo, os peritos ainda aguardam os resultados dos exames toxicológicos para confirmar se fatores externos podem indicar homicídio, como alguma droga que pode ter sido ingerida pelo idoso.
O laudo não confirmou se o idoso morreu antes de chegar ao banco ou no local. No entanto, uma testemunha ouvida pela polícia que afirmou que Paulo estava vivo momentos antes de ser filmado dentro agência.