ouça este conteúdo
|
readme
|
Uma peça exclusiva, criada para ser usada na passarela, acabou no varejo virtual. Recentemente, o estilista brasileiro Vittor Sinistra denunciou que teve um dos seus designs copiados e comercializados pela loja internacional Incerunmen, que atua dentro da plataforma Shopee. A denúncia foi feita por ele em um vídeo no Instagram.
Segundo o próprio artista, o caso envolve sua primeira coleção, apresentada na Casa de Criadores em 2022. A peça em questão, um top com design único, havia sido usada recentemente por Foquinha, jornalista e influenciadora, no Lollapalooza 2025. A aparição no festival ajudou Vittor a identificar o plágio.
“Eu já havia vendido essa peça há algum tempo. A Foquinha usou e me marcou nos conteúdos. Foi muito fofa”, contou. O problema surgiu quando, ao assistir a uma entrevista com o público feita durante o festival, Vittor notou uma peça quase idêntica usada por outra pessoa.
“Não era exatamente igual, mas era muito inspirada, e eu pensei que pudesse ser algum estudante, designer ou costureiro. E quanto a isso, eu não vejo problema, se a pessoa fez ali para ela, para usar em um festival”, explicou à revista Capricho.
Ver essa foto no Instagram
Um amigo fez uma busca por imagem no Google e descobriu que a versão similar estava sendo vendida pela Shopee — e já esgotada. A loja responsável era a Incerunmen, que, de acordo com o estilista, também replica trabalhos de outros criadores brasileiros como Le Benites e Retropy.
No relato, Vittor explicou que o modelo original é reconhecível pelos detalhes: “Primeiro, a modelagem que a gente desenha, a seleção de materiais e até o tom, porque assim, não é um branco, é um off white com brilho metalizado. Então, quando você faz, você identifica na hora, né? Fora os contornos, que eles usaram os mesmos”.
Ele também destacou a ironia da descrição institucional da Incerunmen, que se apresenta como apoiadora de designers independentes: “Que isso? Sem nenhuma ética. Sério, eu tô passado”.

A reprodução da peça, originalmente feita para um desfile, virou um produto vendido por cerca de R$ 80, gerando lucros à loja internacional e frustração ao designer. “Lógico que eles fizeram uma versão mais simples, uma versão mais barata, né? Sabe-se lá quantos milhares de dinheiros fizeram com isso, de uma peça que eu fiz num desfile. É uma coisa deliberada, sem nenhum tipo de pudor”, afirmou.
Vittor ainda lamentou a vulnerabilidade de artistas emergentes diante de grandes plataformas de comércio online. “Eu me senti extremamente vulnerável, um alvo fácil”, completou.
Veja a reação do estilista:
Ver essa foto no Instagram
Shopee se manifesta
Em nota, após a repercussão nas redes sociais, o perfil oficial da Shopee Brasil comentou o caso no post de Vittor: “Essa situação nos preocupa bastante e queremos te ajudar”.

No momento, o produto encontra-se indisponível na plataforma, mas a loja continua ativa.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques