Uma nova foto usada como prova contra Amanda Partata foi divulgada neste domingo (31). A advogada está sendo acusada de matar o ex-sogro e a mãe dele envenenados. Na imagem veiculada pelo g1, a suspeita aparece indo para a academia enquanto conversa com o ex-namorado pelo celular. De acordo com a polícia, ela mentiu que estava passando mal no momento.
O flagra, feito pela câmera de segurança de um hotel, mostra Amanda com roupa de academia na frente do elevador. Segundo o advogado Carlos Alfama, ela teria alegado ao filho da vítima que estava com mal-estar. “Amanda foi às 6h59 do dia 15 de dezembro, dois dias antes do crime, para a academia do hotel. Nesse horário, ela conversa com o ex-namorado no WhatsApp e diz que está passando muito mal e que teria passado a noite com sangramento”, contou o agente.
A investigação aponta que Amanda teria cometido o crime por não aceitar o fim do relacionamento de um mês e meio com o filho da vítima. Os dois estavam separados desde agosto, mas antes do término, a mulher anunciou uma gravidez que nunca existiu, e continuou convivendo com a família.
Durante a semana que antecedeu o crime, Amanda se hospedou em um hotel em Goiânia, fez exames médicos, saiu para comprar roupas e se encontrou com o ex-sogro e a mãe dele no domingo para um lanche. Para a refeição, ela levou biscoitos, pão de queijo, suco e bolos de pote. A advogada permaneceu por cerca de três horas no local e voltou para sua casa em Itumbiara com um carro de aplicativo.
Ao todo, a polícia analisou cerca de 50 horas de vídeos de câmeras de segurança, além de ter tido acesso a documentos, quebra de sigilo fiscal e depoimentos. Entre eles, prints de ameaças que a própria advogada fazia para a família do ex através de perfis fakes.
Motivação torpe
A investigação comprovou que Amanda comprou todos os alimentos, como bolos, pães de queijo e sucos, bem como uma orquídea para Luzia, avó do ex-namorado. Os alimentos foram envenenados após a compra. Ela ficou na residência das vítimas das 9h16 até às 12h daquele domingo (17). Após Leonardo e Luzia passarem mal, eles foram encaminhados ao hospital, mas morreram na madrugada de segunda-feira (18). A própria Amanda foi ao hospital no dia do crime, alegando que também havia ingerido os alimentos “estragados”. Seus exames não apresentaram alterações.
Partata foi detida no dia 20 de dezembro e permanece sob custódia das autoridades goianas. Na coletiva, Alfama destacou que “não faltam provas sobre a materialidade do crime” e, por isso, ela vai responder por três homicídios qualificados (dois consumados e uma tentativa), motivo torpe, e envenenamento. A tentativa de homicídio qualificado foi pelo o marido de Luzia, que também estava presente no encontro com a advogada. Ele não consumiu os doces envenenados pois é diabético.
O delegado destacou, ainda, a frieza da acusada durante os interrogatórios. No primeiro, ela disse precisar ir ao banheiro vomitar 15 vezes, fingindo um mal-estar. No segundo questionamento, ela teria ficado em silêncio e “não demostrou arrependimento”. Após a coletiva, a defesa de Amanda Partata se manifestou. Em nota, os advogados afirmaram que “aguardam os desdobramentos das investigações, cujo trâmite é sigiloso, para se manifestar quanto ao teor das imputações declinadas pela Autoridade Policial”.
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