Daniel Moraes Bittar, de 42 anos, foi preso pela Polícia Militar como suspeito de ter sequestrado e estuprado uma criança de 12 anos. De acordo com o g1, testemunhas relataram que a menina teria sido rendida com uma faca, dopada e colocada dentro de uma mala. No entanto, João Guilherme Medeiros, delegado-chefe da 2ª DP, revelou nesta sexta-feira (30) que esta não teria sido a única vítima planejada por Daniel.
Segundo a autoridade, ele foi visto no início da semana circulando um imóvel em que uma outra menina mora nas imediações de Luziânia, Goiás. A possível vítima teria 14 anos. O delegado informou que o motivo para a desistência do crime ainda não foi esclarecido. Segundo ele, a jovem não sabia das intenções criminosas do homem e não houve qualquer tipo de aliciamento.
“Houve uma mudança de vontade. A investigação deixa muito nítido que o carro deles circunda a residência dessa [primeira] vítima desde segunda-feira. As pessoas viram o carro dele várias vezes. Ele coloca a mala de viagem na segunda. Há uma sinalização de que algo seria feito com essa outra vítima. Agora, o motivo dessa desistência momentânea, temos que clarear melhor”, afirmou ele ao UOL.
Daniel está detido desde a última quarta-feira (28) e a Justiça já converteu a sua prisão em flagrante para preventiva. Com isso, ele ficará preso por tempo indeterminado. A decisão também vale para Gesielly Souza Vieira, de 23 anos, suspeita de ser cúmplice de Daniel. Ainda segundo o g1, Bittar é técnico de TI do Banco de Brasília (BRB). Ele foi demitido do banco no dia seguinte que o caso veio à tona.
A polícia divulgou que o crime aconteceu por volta do meio-dia, quando a garota ia para a escola no Jardim Ingá, no Distrito Federal. Gesielly teria descido do carro, próximo ao colégio, sedado a menina com um pano molhado com clorofórmio e colocado a vítima no banco de trás do veículo. Imagens da câmera de segurança do prédio de Bittar mostraram o momento em que ele chegou arrastando uma mala coberta por um pano. O suspeito subiu dois andares de escada com a mala em que a menina estaria, desacordada.
Segundo a polícia, a menina estava com as pernas algemadas, deitada em uma cama e seminua. A garota contou para as autoridades que homem teria tentou tocar em seu corpo e chegou a beijá-la. Em um vídeo filmado em frente ao prédio em Daniel mora, ele confessou aos policiais que a vítima estava no seu apartamento.
Daniel Moraes Bittar confessa que criança estava em seu apartamento. pic.twitter.com/tOLrKrpG4X
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) July 1, 2023
No local, os policiais encontraram máquinas de choque, câmeras fotográficas, objetos sexuais e materiais pornográficos. Os militares também acharam uma estufa para produção de maconha e um galão de clorofórmio no local. Todos os equipamentos eletrônicos foram apreendidos e passarão por perícia.
“Existem fortes indícios de que [o investigado] tenha feito outras vítimas, pois, na casa dele, encontramos muitos materiais de pornografia, um ambiente preparado para filmagens, além de inúmeros objetos que dão a entender que ele pode fazer parte de algum tipo de organização que produz e divulga vídeos de pornografia, pedofilia e [comete] uma série de outros crimes”, declarou o tenente-coronel da PMGO Alessandro Arantes, responsável pelas operações da corporação no caso.
Rafael Abrão, chefe da 5ª Delegacia Regional de Polícia (DRP), em Luziânia (GO), declarou que o homem planejou o crime. Ele monitorou a escola onda a criança estuda alguns dias antes do crime à procura busca de possíveis alvos para o sequestro. Daniel teria usado até um binóculos para fazer isso. A menina de 12 anos teria sido escolhida por ele ter considerado que ela estava mais “vulnerável”, sem a presença de pais ou responsáveis.
Nas redes sociais, o homem fez uma postagem em outubro de 2022 contra a pedofilia. A publicação conta com a imagem de imagem de uma criança com a boca vedada por uma fita, o braço esticado e a mão aberta com a frase: “pedofilia é crime, denuncie”. De acordo com o Metrópoles, Daniel também fazia parte de um grupo voluntário para alegrar crianças internadas em hospitais do Distrito Federal.