Uma idosa foi presa em flagrante nesta quarta-feira (28), em Taguatinga (DF), por injúria racial. A mulher de 64 anos disparou ofensas preconceituosas contra um senhor e seu filho, que estavam na calçada de um shopping e gravavam um vídeo corriqueiro. Até que uma policial militar à paisana deparou-se com a cena e entrou em ação – mas também foi agredida.
O técnico em telecomunicação Alcides Jesus Santos filmava o pai, José Barbosa dos Santos, que falava sobre a pintura de um edifício. De acordo com o G1, eles voltavam de uma consulta médica, visto que o idoso, de 70 anos, faz tratamento contra um câncer. Então, a mulher passou por trás deles e disparou os ataques. “Negrada do inferno, vai pro raio que o parta”, esbravejou ela.
Segundo testemunhas, a agressora bateu com a bolsa nos filhos de José, e ainda empurrou o senhor, que caiu no chão. Foi então que a agente da polícia, que estava de folga, ouviu o que a suspeita disse e questionou o que havia acontecido. A idosa tentou fugir e até disparou chutes contra a policial e um bombeiro que também estava no local. “Agredir uma policial? Tá maluca?”, disparou a PM. Assista ao vídeo abaixo:
Racistas nojentos, esgoto do mundo. Que ódio. pic.twitter.com/3mZw5p5FEF
— Dantas (@Dantinhas) July 29, 2021
A idosa foi contida pelos presentes até a chegada dos policias militares, quando foi presa em flagrante e levada à 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Sul. O nome dela não foi divulgado. A ocorrência foi registrada como injúria racial e vias de fato (também pela agressão à policial). O delegado da Polícia Civil arbitrou uma fiança e, segundo Alcides, sua agressora foi liberada após pagar R$ 1 mil.
Em entrevista ao G1, ele discordou da classificação do crime como injúria racial. Para Alcides, o caso deveria ser enquadrado como crime de racismo, conforme consta na legislação, que é quando a ofensa é contra um grupo ou coletividade. “Quando ela fala ‘negrada’, ela envolve toda uma raça”, argumentou.
O técnico também lamentou o ataque que ele e o pai sofreram. “Fiquei sem chão, mas graças a Deus estava passando uma policial, que ajudou a gente. É inadmissível que, em pleno século 21, a gente ainda esteja tendo que ver essa situação no Brasil. É bastante complicado”, disse Alcides. Realmente, é revoltante… e absurdo!