Nesta segunda-feira (18), a Polícia Civil do Pará prendeu cinco influenciadores digitais durante a operação que investiga uma organização criminosa envolvida em um jogo de azar na internet, popularmente conhecido como “Jogo do Tigrinho”. Segundo o g1, são 12 mandados de prisão. Além de Belém, suspeitos foram presos em Castanhal e Bragança, nordeste do Pará.
As autoridades cumpriram alguns mandados de prisão em condomínios de luxo na capital paraense. De acordo com os policiais, mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em uma casa de prostituição em Belém, a Palazzo. Entre os alvos, estão influenciadores digitais que faziam propagandas das plataformas de apostas em seus perfis nas redes sociais.
A casa de prostituição que foi alvo dos agentes seria usada para lavar dinheiro para a organização criminosa. De acordo com a Polícia Civil, a operação é resultado de quatro meses de investigação. Os influenciadores presos, que não tiveram os nomes divulgados, possuem entre 100 mil e 300 mil seguidores e teriam recebido dinheiro para divulgar os jogos. Carros de luxo, motos, celulares, aparelhos eletrônicos e máquinas de cartão foram apreendidos pela polícia. Assista:
Polícia Civil prende influenciadores ligados ao 'jogo do tigrinho' no Pará pic.twitter.com/i10AlvHpX3
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) December 18, 2023
Em 3 de dezembro, o “Fantástico” expôs um grupo de influenciadores preso no Paraná. Além da exploração de jogos de azar, eles são investigados por suspeita de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As investigações apontaram que Eduardo Campelo, Gabriel, Ezequiel e Ricardo foram contratados para aliciar pessoas a apostar dinheiro no tal jogo, cuja prática é ilegal no Brasil. Nas plataformas, as pessoas se inscrevem, depositam dinheiro e apostam.
O “enriquecimento repentino” chamou a atenção das autoridades. “Eles eram motoboys, pessoas comuns e num curto espaço de tempo apareceram com diversos carros importados, viagens internacionais”, destacou Thiago Dantas, delegado da Polícia Civil do Paraná. Em 19 de novembro, Eduardo, Gabriel e Ricardo foram presos. A polícia apreendeu carros, dólares em espécie e a estimativa é que o grupo tenha movimentado R$ 12 milhões em 6 meses. Ezequiel não foi encontrado.
Assista à reportagem completa:
No início deste mês, a Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados aprovou o projeto que proíbe influenciadores de divulgarem jogos de azar não regulamentados (PL 3915/2023). A informação é do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), autor do relatório. “Esta iniciativa vem como uma resposta à crescente preocupação sobre o impacto da publicidade de jogos de azar nas redes sociais e seu potencial para influenciar negativamente os seguidores, especialmente os mais jovens, fazendo com que muitos percam vultuosos valores, não consigam recuperá-los e, com a saúde mental abalada, tirem suas vidas. É preciso ter responsabilidade no que se propaga”, declarou o político.
A proposta foi enviada para análise da Comissão de Finanças e Tributação e, posteriormente, para a Comissão de Constituição e Justiça. Em caso de descumprimento, o projeto prevê multa de até 2% do faturamento da pessoa jurídica (limitado a R$ 50 milhões), até a suspensão do exercício da atividade de influenciador.
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