A Justiça mandou soltar a jovem de 19 anos que foi presa enquanto fazia uma entrevista de emprego no Rio de Janeiro. Lívia Ramos de Souza foi presa no dia 5 de junho com outras 17 pessoas, e liberada do presídio nesta quarta-feira (17). Segundo o jornal O Globo, a detenção ocorreu durante uma operação policial em uma falsa empresa de consórcio.
De acordo com a família, a jovem teria sido detida por engano. A mãe de Lívia, Cristiane Pinto, relatou que a filha encontrou o anúncio da vaga online, após passar dois meses desempregada. “Ela viu a vaga na internet. Chegando lá, já colocaram ela para fazer treinamento no computador. Não assinou nada, não chegou a fazer venda e não teve movimento de dinheiro entrando na conta dela, só estava treinando. Eu estava no trabalho, e quando foi oito horas da noite ela me ligou desesperada dizendo que estava presa”, lembrou a mãe.
Lívia estava no escritório da empresa Icon Investimentos, apontada como alvo da ação, na hora em que os agentes chegaram. Ela foi presa em flagrante, acusada de estelionato e formação de quadrilha, e levada para o Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, na zona oeste carioca. Após saber da prisão da filha, Cristiane foi à delegacia e escutou de um advogado da companhia que todos os jovens seriam soltos, o que não aconteceu.
“Quando vi que nada estava acontecendo, que o habeas corpus foi retificado e que ela não saiu na audiência de custódia, rapidamente separei um advogado particular para cuidar do caso da Lívia. O caso da minha filha é diferente, primeiro dia de emprego dela, não sabia nada sobre essa empresa. O juiz não libera ela, ninguém está entendendo”, contou desesperada.
Felizmente, a angústia acabou depois de 16 dias em detenção, mas ainda de maneira conturbada. O alvará de soltura saiu na noite de ontem (20), mas Lívia foi solta quase 24 horas depois. “Estou abismada. Atendi uma ligação de um número desconhecido e era a voz da Lívia. Perguntei: ‘filha, você está aonde?’ Ela disse que já estava fora do presídio. Que largaram ela e outras duas meninas na porta. Ela me ligou do telefone de um moço, dono de uma barraca, que emprestou o celular”, relatou a mãe, após passar mais de 10 horas na frente do presídio esperando ao lado de outros pais.
“É muito mole prender para investigar depois. Essa é a minha indignação. Estou há uma semana sem conseguir dormir, é só angústia. Criei minha filha dentro de casa, ela não era de rua. Sempre dei educação para ela, não tinha maldade. Sei como minha filha é, ela é muito inocente. Está difícil para caramba. Não sei expressar”, exclamou Ubirajara Tavares, pai de Kyara Rabelo, de 18 anos. Segundo ele, a filha trabalhava na empresa há menos de um mês.
No documento, o desembargador José Muiños Piñeiro Filho determinou que os jovens, com idades entre 18 e 30 anos, “não prestem serviços para empresas que tenham o mesmo objeto daquela que deu origem ao auto de prisão em flagrante”. Eles terão a prisão preventiva convertida em medidas cautelares e precisarão comparecer ao juízo em até cinco dias.