Dez anos após ser presa pela morte do marido, Elize Matsunaga teve sua liberdade condicional concedida nesta segunda-feira (30). A informação foi confirmada pelo advogado dela, Luciano de Freitas Santoro, ao G1. Com a decisão da Justiça, a técnica de enfermagem pôde deixar a penitenciária no final da tarde de hoje.
“A Secretaria da Administração Penitenciária informa que hoje (30), às 17h35, após decisão judicial, a direção da Penitenciária Feminina ‘Santa Maria Eufrásia Pelletier’ de Tremembé deu cumprimento ao Alvará de Soltura em favor da presa Elize Matsunaga, em virtude de Livramento Condicional”, disse a secretaria em um comunicado divulgado pelo UOL.
A Justiça acatou o recurso solicitado pela defesa de Elize, determinando que ela cumprirá o restante de sua pena em liberdade. Ela havia sido condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, mas por confessar a autoria do crime, teve sua pena reduzida pelo Superior Tribunal de Justiça em 2019. Por fim, a condenação foi resumida a uma pena de 16 anos e três meses. Em Tremembé, Matsunaga estava ao lado de outras detentas de crimes que também chocaram o Brasil, como Anna Carolina Jatobá (madrasta de Isabella Nardoni) e Suzane von Richthofen.
Nos últimos anos, Elize tem se esforçado para pedir o perdão à filha – a quem está impedida de ver desde 2012. Ela já exibiu cartazes e mensagens durante suas saídas temporárias da prisão, deu sua primeira entrevista falando sobre o assunto no documentário “Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime”, além de ter escrito à mão sua autobiografia, “Piquenique no Inferno”, na qual escreve uma carta para a criança. Além disso, durante o cárcere, Matsunaga desenvolveu um trabalho na área da costura.
Relembre o caso
Elize Matsunaga foi condenada pela morte do marido, Marcos Matsunaga, então presidente do grupo Yoki. O crime aconteceu no dia 19 de maio de 2012, num duplex em que o casal morava com a filha, em São Paulo. O empresário foi morto com um tiro de pistola e teve seu corpo esquartejado em sete partes. Os resquícios do corpo foram ensacados e espalhados próximos de Cotia, na região metropolitana de São Paulo.
Em junho daquele ano, Elize teve sua prisão preventiva decretada e foi detida na Penitenciária de Tremembé. Já em dezembro de 2016, um júri popular condenou a técnica de enfermagem pelo assassinato do marido, além dos crimes de destruição e ocultação de cadáver, com um agravante da impossibilidade de defesa da vítima – visto que o tiro teria sido disparado de uma curta distância.