Hugo Gloss

Justiça de SP condena “madame do crime” por roubos em encontros por aplicativos de namoro; saiba detalhes

Madame Crime

Maria Angélica, conhecida como "madame do crime", foi condenada a quase 20 anos de prisão. (Fotos: Reprodução; Good Faces Agency on Unsplash)

O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve, por unanimidade, a condenação de Maria Angélica de Macedo da Silva, conhecida como “madame do crime”. A mulher é acusada de praticar roubos durante encontros marcados em aplicativos de relacionamentos, como o Tinder. De acordo com o G1, a sentença foi de 19 anos, nove meses e 20 dias de prisão em regime fechado.

Segundo a acusação, Maria Angélica teria utilizado os aplicativos para atrair suas vítimas em três roubos, que se desdobraram de forma parecida. Os autos do processos detalham como a “madame do crime” teria agido. Segundo os documentos, a primeira vítima marcou um encontro com a mulher, mas ela já teria anunciado o assalto logo no trajeto, dizendo que fazia parte de uma facção criminosa e que estava armada. Na sequência, Macedo teria pegado a carteira do homem e exigido senhas dos cartões. O envolvido disse ter sido atingido com uma faca no braço, mas que conseguiu fugir.

À esquerda, a “madame do crime” ostentando na web; à direita, Maria Angélica em 2021, depois de sair da prisão. (Fotos: Reprodução; Divulgação/Polícia Civil)

Comparsas de Maria Angélica teriam abordado pelo menos outras duas vítimas, que foram roubadas enquanto passeavam de carro. No fim das contas, eles conseguiram escapar. Os crimes aconteceram entre janeiro e fevereiro de 2021 – época em que a mulher cumpria prisão em regime aberto por conta de outros delitos.

Segundo a desembargadora Claudia Fonseca Fannucchi, as semelhanças nos depoimentos das três vítimas teriam sido fundamentais para a condenação de Maria Angélica. “O reexame do acervo coligido traduz inequívoca convicção quanto ao acerto do desate condenatório, já que foi reconhecida por três vítimas distintas como a pessoa que, após atraí-las, subtraiu, ou tentou subtrair, bens e valores que lhes pertenciam”, pontuou a relatora do caso.

Defesa critica extensão da pena

Luzia Helena Sanches, uma das advogadas de defesa de Maria Angélica, contou que recorrerão da decisão em segunda instância, no Supremo Tribunal de Justiça (STJ). As representantes jurídicas assumiram que consideram a pena exagerada. “É uma pena exacerbada. O que a gente não se conforma é isso, fazendo comparação com homicídio, triplamente qualificado, o autor pega uma pena de 15 a 17 anos e a Maria angélica pegou 19 anos”, argumentou Sanches.

Maria Angélica teria praticado roubos após marcar encontros em apps de namoro. (Foto: Reprodução)

“Vai ser feito um recurso especial e o processo será levado para o STJ”, relatou a advogada. A defesa ainda questiona algumas das acusações contra sua cliente, como a do suposto uso de uma faca – que, segundo ela, nunca foi comprovado. A equipe jurídica de Maria Angélica também contestou a maneira como a mulher foi reconhecida como suspeita pelas vítimas, utilizando policiais que estavam na delegacia, cuja aparência era bem diferente da aparência da acusada.

Prisão

Maria Angélica teve sua prisão decretada em 2021, quando também foi considerada foragida. No entanto, ela se apresentou na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos e está presa desde então, na penitenciária feminina de Guariba (SP). Ela recebeu o apelido de “madame do crime” dos policiais em 2017, quando também já havia sido presa.

Na época, a alcunha se deu por conta do poder aquisitivo e o grau de escolaridade da jovem, que chamaram atenção. Maria Angélica também ostentava uma vida de luxo nas redes sociais. Contudo, ela foi detida por conta dos seus furtos a residências. Segundo seu pai desabafou ao g1, a família “tentou de tudo”, mas a moça “preferiu esse caminho”.

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