Mãe e filha que “moram” no McDonald’s se manifestam e reagem a motivo especulado: “Leblon é um bairro de fofoqueiro”

Morando no local há meses, Suzy e Bruna estariam procurando apartamento no bairro

McDonald’s

As duas mulheres que estão morando há meses em um McDonald’s do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, finalmente se manifestaram sobre o caso. Em entrevista ao “O Dia”, nesta quinta-feira (25), Susane Paula Muratoni Geremia, de 64 anos, e Bruna Muratori Geremia, de 31 anos, explicaram o motivo de terem se instalado na lanchonete e por que não aceitam ajuda de nenhum órgão do governo.

O caso veio à tona depois que uma rádio local acompanhou a rotina da dupla nas últimas semanas. Com cinco malas grandes, elas dormem sentadas na calçada, esperam os funcionários abrirem a loja e passam o dia na lanchonete. As refeições são todas feitas no local. A rede de fast food, localizada entre as ruas Carlos Góis e Ataulfo de Paiva, fecha às cinco da manhã e reabre às dez.

Na conversa com o veículo, Bruna alegou que ela e a mãe estavam no local a cerca de 30 dias, e não três meses, como foi dito na reportagem. Contudo, moradores da região afirmam que elas estão vivendo no estabelecimento desde o Carnaval. Para ela, a curiosidade das pessoas é movida por inveja. “Eu acho que o que gerou curiosidade foi a inveja. Se fosse uma pessoa de pele morena, se fosse uma pessoa de pouca roupa, com pouca mala, não teria despertado curiosidade. Se eu não fosse loira e atraente não teria despertado curiosidade”, disse.

A mulher ainda atrelou a repercussão do caso ao bairro do Leblon, considerado um dos metros quadrados mais caros do país. “O Leblon é um bairro de fofoqueiro. Em Copacabana tem diversos turistas, as pessoas sentam na rua, de vários níveis sociais, indiferentemente se a pessoa mora em uma comunidade ou num apartamento, e não acontece isso”, completou.

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A dupla chegou a ser questionada sobre o motivo de ter se alocado no McDonald’s, mas preferiu não dar detalhes sobre a decisão. “A situação é que eu não devo satisfação. Não estou aqui desde o Carnaval. Eu trabalhei depois. Eu conseguiria esclarecer, mas não quero. Quem continuar com essas histórias que são incabíveis, quem continuar investigando a vida alheia, vai ter processo criminal e danos na área cível”, declarou a filha, incomodada.

Para concluir, Bruna também negou que teria sido despejada de um apartamento. “Eu fiz um acordo com o proprietário. As pessoas não me conhecem. Eu acho que as pessoas têm que parar de ficar fuçando. Quando mais ficam fuçando, terá processo contra elas. Se as pessoas ainda estão indagando se aconteceu alguma coisa, é um monte de gente burra. É óbvio que aconteceu alguma coisa”, relatou.

Mãe e filha negam ajuda

Uma equipe da Secretaria de Assistência Social do Rio foi até o local, mas o contato foi dispensado. Assistentes sociais do Segurança Presente também estiveram no McDonald’s, mas teriam sido recebidas de “forma ríspida” e não conseguiram fazer o cadastro das mulheres.

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Por telefone, uma delas afirmou que a situação “parecia mais complexa do que a narrativa sobre mãe e filha procurando um apartamento para alugar”. À assistente social, elas relataram que o marido de Bruna estava em Paris, na França, e que assim que ele voltasse, a família alugaria o imóvel. O homem, no entanto, nunca havia sido mencionado por nenhuma delas.

Já Nilson Mendonça, um ambulante que vende água de coco na mesma esquina e trabalhou em um hotel em Copacabana antes da pandemia, contou que Suzy e Bruna deram um calote no estabelecimento e saíram sem pagar, em 2022. Uma pessoa que trabalhou na gerência do hotel confirmou a história. Na época, a direção preferiu não denunciar o caso “para evitar exposição”. Relembre detalhes, clicando aqui

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