Anna Beatriz Nascimento, jovem de 12 anos, foi esfaqueada por um colega de sala dentro de uma escola particular da cidade de São Paulo na última terça-feira (22). Após alguns dias internada, ela recebeu alta e deu detalhes para o Fantástico, da TV Globo, sobre a situação assustadora que viveu no local em que estuda.
A garota levou oito facadas, mas não percebeu que estava sendo atingida pelo objeto cortante no momento do ataque. “Foi desesperador na hora. Eu senti como um soco. Na hora da adrenalina, eu achava que era qualquer coisa, menos uma faca. Achava que era um soco“, explicou a aluna do Colégio Floresta, na zona leste da capital paulista.
A diretora da escola, Elotisa Maria Garcia, foi quem transportou Anna Beatriz até o hospital. “Ela foi bem lúcida, dizendo ‘o menino enfiou uma caneta nas minhas costas’“, contou ela, que usou seu próprio carro para fazer o resgate. Segundo relato da vítima, o garoto não falou nada durante o ataque, e apenas exibia um “olhar desesperado“.
O pai do garoto não quis gravar entrevista, mas contou à reportagem que o filho “sempre foi uma criança normal“, mas no último ano passou a ter um comportamento mais “adulto”. O jovem afirmou que Anna Beatriz estaria “perturbando-o”, assim como outros colegas da turma. A menina, entretanto, disse que isso não procede. “Desconheço bullying com ele. Ele era um aluno muito tranquilo, não falava nem conversava com ninguém“, pontuou ela.
A ação e toda a movimentação foram gravadas pelas câmeras do colégio. É possível ver, inclusive, o momento em que o garoto tentou fugir. “O trabalho da polícia foi essencial, porque ele tentou fugir e era horário do lanche das crianças“, afirmou a advogada da escola, Luciana Gaston Schwab.
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Em carta, enviada para o Fantástico, os pais disseram que “mesmo sabendo que ele fez uma coisa muito errada, ele tem um coração maravilhoso, é um menino super educado e amoroso“. Eles ainda pediram desculpas por não terem percebido a mudança de comportamento do filho.
Os pais da aluna esfaqueada também acreditam que o garoto precisa de cuidados e tratamento. “Ele é uma criança, ele também é uma vítima e eu me preocupo muito. Ele precisa ser cuidado, acolhido, tratado. Eu poderia estar pensando de outra forma se a minha filha não estivesse aqui. Mas, graças a Deus, ela está aqui. E ele tem uma mãe. E eu sou mãe“, disse Glady Xavier, mãe de Anna Beatriz. O garoto responsável pelo ataque foi enviado para a Fundação Casa de São Paulo. As aulas no colégio, que haviam sido suspensas, foram retomadas nesta segunda-feira (28).
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