Após Jair Bolsonaro, Hamilton Mourão também se manifestou sobre a compra de 35 mil comprimidos de Viagra para as Forças Armadas. Nesta quinta-feira (14), em entrevista ao jornal Valor Econômico, o vice-presidente defendeu a aquisição e comentou como funcionam compras de medicamentos para militares. Mourão ainda opinou que haveria um “exagero” na repercussão do caso.
A história começou a repercutir nesta segunda-feira (11), quando o deputado federal Elias Vaz (PSB) pediu explicações ao Ministério da Defesa sobre a aquisição. O processo licitatório prevê a compra de 35 mil comprimidos de Viagra, incluindo doses de 25 mg e de 50 mg de sildenafila. A pasta, por sua vez, afirmou que os remédios seriam empregados no tratamento de hipertensão pulmonar arterial (HPA).
Enquanto a compra tem sido alvo de apuração, Mourão relevou a história. “Lógico que está havendo exagero. Mesmo que seja para o cara usar [para disfunção erétil]”, disse ele. “Vamos colocar como funciona o sistema de saúde do Exército: um terço é recurso da União, que é o chamado fator de custo, é a contrapartida da União para os militares. E dois terços é o fundo de saúde que é bancado pela gente”, continuou.
O vice-presidente, que também é general da reserva, mencionou que uma parte da verba utilizada para os remédios sai dos descontos dos salários dos militares. “Eu desconto 3% do meu salário para o fundo de saúde. E todos os procedimentos que eu faço a gente paga 20%, além dos 3% que ele desconta. Nós temos farmácias. A farmácia vende medicamentos. E o medicamento é comprado com recursos do fundo”, completou.
Na sequência, Mourão soltou: “Então, tem o velhinho aqui [aponta para si próprio]. Eu não posso usar o meu Viagra, pô?”. Assim como Bolsonaro, o vice-presidente também opinou que a aquisição nem era uma grande quantidade de comprimidos. “O que são 35 mil comprimidos de Viagra para 110 mil velhinhos que tem? Não é nada”, declarou.
Bolsonaro ameniza compra das Forças Armadas
Na quarta-feira (14), o presidente já havia reclamado de as Forças Armadas estarem “apanhando” por esse caso, e criticou a imprensa por falar sobre isso. “As Forças Armadas compram o Viagra para combater a hipertensão arterial e, também, as doenças reumatológicas. Foram 30 e poucos mil comprimidos para o Exército, 10 mil para a Marinha, e eu não peguei da Aeronáutica, mas deve perfazer o valor de 50 mil comprimidos”, afirmou ele em um café da manhã no Palácio da Alvorada, transmitido na web pelo deputado federal Major Vitor Hugo (PL).
O presidente ainda deu seu ponto de vista sobre a compra. “Com todo o respeito, isso é nada. A quantidade para o efetivo das três forças, obviamente, muito mais usado pelos inativos e pensionistas”, declarou. “Como ano passado eu apanhei muito por ter gasto alguns milhões com leite condensado”, recordou ele, citando que a narrativa era de que só a presidência teria gasto isso, quando as despesas diziam respeito a todos os órgãos do Executivo Federal. Assista:
Bolsonaro minimiza compra de Viagra por Forças Armadas: 'Não é nada'
➡️ Segundo ele, o montante de 35.320 comprimidos é pequeno em comparação com o efetivo das três Forças Armadas pic.twitter.com/4sBcHbnZ6z
— UOL (@UOL) April 13, 2022