Hugo Gloss

Mulher acusada de envenenamento em GO teria forjado gravidez com outros 5 ex-namorados

Amanda Partata foi presa no dia 20 de dezembro. (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)

Nesta sexta-feira (29), o caso de envenenamento de Leonardo Pereira Alves, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, teve um novo desdobramento. Segundo informações do Metrópoles, a Polícia Civil de Goiás descobriu que Amanda Partata, advogada indiciada pelas mortes de mãe e filho, está sendo investigada por outros crimes.

Segundo Carlos Alfama, o delegado responsável pelo caso, a advogada responde por fraude, estelionato (por falsa venda de ingressos) e falsidade ideológica. A última denúncia foi registrado por um ex-namorado, morador do Rio Janeiro, que alega que Partata teria fingido uma gravidez para obter vantagens.

A corporação descobriu que Amanda teria forjado outras cinco gestações de ex-parceiros. Entretanto, a maioria dos casos não foram denunciados oficialmente. “A Amanda tem uma condição boa. A casa onde foi realizada a busca domiciliar é uma casa luxuosa e, mesmo assim, depois do crime, nós passamos a verificar que ela tem registros criminais em outros estados da federação”, explicou Alfama.

A polícia goiana passou a receber informações sobre outros crimes cometidos por Amanda após a repercussão do caso de Leonardo e Luzia. De acordo com o delegado, alguns do ex-namorados que foram vítimas da advogada entraram em contato com as autoridades. Em uma conversa obtida pela corporação, Amanda chegou a afirmar que faria um teste de DNA para confirmar a paternidade do suposto filho. “A gente faz 100 [testes de] DNA se você quiser”, declarou ela.

Além das acusações já citadas, há também um registro de crime sexual envolvendo menores de idade, que ocorreu em maio deste ano, em Goiás. Detalhes sobre o caso não foram divulgados.

Investigação

Leonardo e Luzia fizeram a refeição com Amanda no domingo (17). Cerca de três horas mais tarde, os dois começaram a sentir dores abdominais, náusea e diarreia. Mãe e filho foram internados, mas não resistiram. A polícia acredita que foi durante o encontro que as vítimas ingeriram um lanche envenenado.

Segundo o boletim de ocorrência, a esposa de Leonardo afirmou que a ex-nora, Amanda, comprou um bolo da Perdomo Doces e todos os outros alimentos que foram consumidos tanto por ela quanto pelas vítimas na manhã do domingo. Vídeos registrados por câmeras de segurança de um supermercado em Goiânia também mostra o momento em que ela comprou as iguarias.

Após o ocorrido, o laudo da perícia apontou que as mortes foram causadas por uma substância altamente tóxica introduzida em dois bolos de pote consumidos durante a refeição. A investigação descobriu que Amanda comprou o veneno pela internet uma semana antes do crime.

Motivação torpe

A advogada foi indiciada pelo assassinato de Leonardo e Luzia na semana passada. Segundo as autoridades goianas, ela teria sido motivada pelo sentimento de rejeição após o fim do namoro de um mês e meio com o filho de Leonardo. Seu intuito era infligir “o maior sofrimento possível” ao ex-namorado, que é médico. “Ela acreditava que o maior medo do ex-namorado era de perder os familiares”, disse o delegado.

Prints de conversas entre os dois comprovam a teoria da corporação. Em bate-papo no dia 8 de dezembro, mesma data em que a advogada comprou o veneno usado contra o pai do ex e a mãe dele, Amanda questionou Leonardo Filho qual seria o seu maior medo. “O mesmo de todo ateu. Adoro viver”, destacou o rapaz. “Morrer? Você tem mais medo de morrer que de perder (no sentido morrer) quem você ama?”, rebateu a criminosa.

A Polícia Civil afirmou, ainda, que a advogada estaria fingindo uma gravidez para se manter próxima dos familiares do ex-namorado há cerca de seis meses. Entretanto, um exame de sangue comprovou que não houve gestação alguma. “Ela não está grávida agora e já não está grávida há algum tempo, apesar dela ainda dizer que está grávida. O exame Beta HCG, que a própria defesa dela nos trouxe, mostra que deu zerado, ou seja, ela não está grávida há algum tempo, mesmo fingindo ter enjoos da gravidez”, afirmou Carlos Alfama.

Meses de terror

O romance entre ela e o filho de Leonardo acabou no dia 27 de julho, pouco mais de um mês desde que passaram a se relacionar e, desde então, ela estaria ameaçando o ex e seus parentes. A separação oficial ocorreu em 10 de agosto, quando Amanda passou a ameaçar o antigo parceiro por meio de mensagens SMS e cerca de seis perfis falsos em uma rede social. A investigação comprovou que os perfis pertenciam à advogada, conectando-a ao e-mail utilizado para criação das contas.

O filho de Leonardo chegou a registrar um boletim de ocorrências sobre as ameaças. Porém, na época, ainda não estava claro quem era o responsável pelas mensagens e a perseguição. Questionada sobre os perfis falsos, Amanda alegou que não os criou, mesmo com o fato já tendo sendo comprovado pela polícia.

Alfama disse, ainda, que pediu a senha do celular da suspeita para provar que ela não seria culpada, mas a advogada negou. O delegado contou, ainda, que o rapaz bloqueou mais de 100 números de telefone diferentes que ligavam para ele. Para despistar o ex e a família dele, Amanda também desferiu ameaças a si mesma.

Amanda foi detida no dia 20 de dezembro e permanece sob custódia das autoridades goianas. A advogada vai responder por duplo homicídio qualificado, por motivo torpe, e por envenenamento. Ela também foi indiciada pela tentativa de homicídio qualificado do marido de Luzia, que também consumiu os alimentos envenenados. Após a formalização das acusações, a defesa de Amanda Partata informou, em nota à imprensa, que se manifestará nos autos processuais.

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