No último dia 20 de novembro, a corretora de imóveis Hilma Balsamão, de 38 anos, morreu após cair da cobertura de um prédio, no quarto andar, em Belo Horizonte. O óbito foi registrado pela polícia como suicídio, mas nesta quarta-feira (9), os parentes de Hilma prestaram depoimento para as autoridades e voltaram a contestar essa versão do caso.
De acordo com o G1, o boletim de ocorrência menciona que um vizinho de Hilma acionou a Polícia Militar dizendo que ouviu discussões do apartamento 401 – local em que mora o empresário Gustavo Veloso, namorado da vítima, e no qual a corretora estava desde o início da tarde. Segundo a publicação, acontecia uma festa por lá.
Pouco após a confusão, o morador ouviu um forte barulho na área privativa do prédio. Ao chegar na área externa, ele se deparou com o corpo de Hilma caído no chão, com ferimentos na cabeça e no corpo. O SAMU foi acionado, mas apenas atestou o óbito da vítima.
O namorado de Hilma e o filho dele, de 16 anos, que também estava na cobertura, foram os primeiros a prestar depoimento. Os dois sustentaram a versão de que a administradora teria se jogado do alto do prédio. Agora, o caso está sob sigilo e é investigado pelo Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Família da vítima nega a história
Quatro familiares de Hilma compareceram no DHPP hoje (9), para depor à polícia e contestar que a corretora teria cometido suicídio. “Minha filha amava a vida, amava a filha e as coisas que ela conquistou. Ela estava com uma cirurgia marcada, tinha planos a curto prazo e isso nos faz acreditar que não é nada disso. Meu coração está trincado”, disse a mãe da vítima, Excelsa Balsamão, segundo o UOL.
Bastante emocionada, a irmã gêmea de Hilma, Michele Balsamão de Moraes, também deixou seu apelo a possíveis testemunhas do que teria acontecido. “Somos em seis filhos e eu sinto uma dor, uma revolta, por não saber o que aconteceu. Isso está me consumindo. Quero pedir que se alguém viu alguma coisa, gravou alguma coisa, e não quer se identificar, que nos ajude. Eu não consigo mais trabalhar, minha vida parou”, desabafou ela.
Mauro Alves, irmão da vítima, também esteve no local e reforçou a opinião de que o motivo da morte teria sido outro. “Nós vamos colocar tudo que a gente sabe, contar a história da Hilma, quem era a Hilma. O que a gente quer saber é unicamente a verdade, o que de fato aconteceu com a Hilma”, afirmou. A filha de Hilma, de 16 anos, compareceu à delegacia, mas não falou com a imprensa.
De acordo com o Estadão, Dona Excelsa, que não tinha contato com o genro, afirmou que todos acharam a versão do caso “muito estranha”. “Dizem que todos podem surtar, mas isso não cabe nela. Achei tudo muito estranho. Ficamos em suspenso. A família não aceita isso, porque não tem a ver com a personalidade dela. Não estou acusando ninguém, mas achei tudo muito estranho”, afirmou. A mãe da vítima também reforçou que a história apenas ficará clara com os laudos da perícia. “Enquanto não saírem, é só especulação. O corpo fala”, declarou.
Leticia Gamboge, chefe do DHPP, explicou que a polícia tem trabalhado para descobrir se o caso foi ou não criminoso. “Este inquérito foi instaurado no dia 24 de novembro e tramita em segredo de Justiça, então, não daremos nenhum detalhamento a respeito da investigação. Nosso objetivo é esclarecer que essa investigação do fato está em andamento aqui pelo departamento e estamos apurando exatamente como foi a dinâmica do fato, se trata ou não de fato criminoso”, disse ela.
A Polícia Civil esclareceu que o inquérito corre no prazo legal de até 30 dias, mas não descartou a hipótese de estender as investigações por mais 30 dias caso seja necessário. Enquanto isso, todos aguardamos pelas respostas… Nossos sentimentos à família e aos amigos de Hilma.