Na última terça-feira (6), uma mulher foi denunciada por agressões e xingamentos homofóbicos contra um casal numa padaria em São Paulo. A polícia já conseguiu fazer a identificação: trata-se da empresária Jaqueline Santos Ludovico, de 33 anos. Hoje (8), foi revelado pelo jornal O Globo que, além do episódio do último sábado (3), a mulher também é acusada de encabeçar um esquema de extorsão e golpe que movimentou R$ 200 mil em Santa Catarina.
De acordo com a coluna de Ulisses Campbell, o processo ainda tramita na Justiça catarinense e aponta que Ludovico teria praticado um “golpe de publicidade”, após receber o valor de uma empresa do município de Tubarão, no sul do estado. Dona da agência JSL Marketing e Assessoria Ltda, Jaqueline foi contatada pela secretária Viviane Vicente em 24 de setembro de 2021 para a contratação de serviços de marketing. A secretária procurava fazer anúncios na internet para divulgar a empresa do irmão, Ênio, dono da Retífica de Motores Master.
Um contrato foi assinado por ambas as partes, mas Viviane alega que, mesmo com os pagamentos em dia, eles não chegaram a ver qualquer anúncio da empresa. Os irmãos dizem, ainda, terem perdido cerca de R$200 mil reais, os quais eles exigiram na Justiça que Jaqueline devolva.
A documentação aponta que Jaqueline não chegou a apresentar provas de que teria realizado os anúncios acordados. De acordo com Viviane, ela passou a ser alvo de ameaças por parte da empresária e também de extorsão. Jaqueline teria dito que, caso não recebesse o valor acordado no contrato, colocaria a retífica em listas de restrições da Receita Federal.
Jaqueline teria ainda afirmado que a empresa seria executada, o que levaria à falência. Com medo de prejudicar o irmão, Viviane fez novos pagamentos e se viu forçada a entrar na Justiça contra a empresária. Após o registro do processo, Viviane conseguiu uma ação cautelar que bloqueou por oito vezes duas contas bancárias da empresária. Entretanto, o montante encontrado nas contas era de apenas R$ 5.651,53.
Caso de homofobia
Apesar de ter acontecido no último sábado (3), o ataque homofóbico protagonizado por Jaqueline Santos Ludovico só veio à tona na terça-feira (6). Em publicação nas redes sociais, Rafael Gonzaga, mostrou o momento em que foi alvo de ofensas da mulher pelo fato de ser gay.
“Passar pela situação de ser agredido e ofendido aos gritos publicamente em função da orientação sexual é algo repulsivo, primitivo, desumano. Não sabemos quem é essa mulher. Queremos justiça e peço a ajuda de todos compartilhando esse post”, escreveu ele, que no momento estava acompanhado por Adrian Grasson Filho. O episódio aconteceu numa padaria no bairro Santa Cecília, no centro de São Paulo.
Jaqueline foi identificada como a responsável pelo ataque à Rafael Gonzaga e Adrian Grasson Filho na quarta-feira (7), e intimada pela Polícia Civil a prestar depoimento. “Vivemos um filme de terror. Tudo começou por volta das 4 da manhã, quando estacionamos ao lado do carro dela. Essa mulher começou a gritar ofensas contra nós. Jogou um cone no rosto do Adrian ainda na rua. Nós entramos na padaria e, para a nossa surpresa, ela foi atrás”, detalhou Rafael ao jornal.
Na padaria, visivelmente alterada, Jaqueline então passou a esbravejar contra o casal: “Eles acham que podem fazer o que quiserem porque são veados”. Ao notar o ocorrido, outro cliente disse que estava ligando para o 190, fazendo com que Jaqueline reagisse. “Chama a polícia e vamos ver quem vai ser preso aqui. Eu sou branca de família tradicional. (…) Você nasceu homem, seu lixo. Eu sou mais macho que vocês. Sou mais mulher do que vocês”, disparou ela.
Jaqueline chegou a avançar contra Adrian, acertando-o no olho. Ela foi afastada, mas voltou para perto dos jovens e continuou as ofensas. “Tirei sangue seu e foi pouco. Os valores estão sendo invertidos. Eu sou de família tradicional. Eu tenho educação”, gritou ela. Até o momento, Jaqueline e seus advogados não se manifestaram sobre o episódio. Assista abaixo: