Uma mulher trans foi espancada por, ao menos, quatro homens em Belo Horizonte. A vítima, de 34 anos, estava nas redondezas do Conjunto IAPI, no bairro de São Cristovão. Identificada como Cristal, ela saía de uma das casas em que trabalhava como faxineira quando o ataque aconteceu, no último dia 16. Um vídeo do momento da agressão foi compartilhado na internet.
O espancamento ocorreu depois da mulher ser xingada pelo grupo, segundo o g1. Ao perceberem que ela “não se importava” com os ataques verbais, eles partiram para a agressão física. “Ela era chamada de filha do diabo, falavam com ela que ela não devia existir e outras falas que demonstram o preconceito. Ela não conhecia os agressores, mas sofria constantemente agressões verbais lá. A vítima frequentava com habitualidade o local, pois tem vários amigos e também trabalha como faxineira em unidades do conjunto“, explicou sua advogada, Cristiane Marra.
Para o UOL, a profissional deu mais detalhes do caso: “Ela voltava do trabalho quando começou a ouvir que ela tem que morrer, que é uma aberração da natureza. Ela não se segurou e respondeu. Foi quando os homens se juntaram e começaram a agredi-la“. Depois de receber diversos chutes e socos, inclusive na cabeça, a mulher saiu de lá com muitos machucados e a boca sangrando. “Tenho medo de ser morta, de ser mais uma vítima e ficar por isso mesmo“, disse Cristal para o programa Em Ponto, da GloboNews. Veja:
Em MG, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a agressão contra uma mulher trans. A vítima foi espancada por ao menos quatro homens na capital mineira.
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— GloboNews (@GloboNews) December 28, 2022
Três dias depois do triste episódio, a vítima fez um boletim de ocorrência e um exame de corpo de delito. “Além do vídeo, temos testemunhas. As investigações estão só no início“, informou Marra.
Em nota divulgada pelo g1, a Polícia Civil da capital mineira informou que “a vítima, de 34 anos, registrou, segunda-feira (19/12), a ocorrência de Injúria na Delegacia Especializada, em Belo Horizonte, e a Polícia Civil apura os fatos relatados“.
Desde junho de 2019, a homofobia e transfobia são criminalizadas no Brasil. Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), passaram a ser equiparados a crime de racismo atos preconceituosos contra pessoas trans ou homossexuais. A pena prevista para estes casos pode ser de até três anos de reclusão, além do pagamento de multa.
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