Orca interage com pessoas em barco no ES, vídeo viraliza e tem desfecho desolador: ‘Pedido de socorro’; assista

Apenas um dia após a repercussão do encontro do animal com os mergulhadores, a orca foi encontrada morta em uma praia de Nova Almeida.

Orca

Na segunda-feira (19), um vídeo feito por três mergulhadores viralizou na web, no qual uma orca é vista se aproximando de um barco e interagindo com os amigos. O “encontro” ocorreu em Nova Almeida, na Serra, na Grande Vitória. Já na manhã desta terça-feira (20), o animal foi encontrado morto em uma praia local.

Na publicação viral, os três observam a baleia de longe e se aproximando aos poucos. A presença do bicho deixou o grupo tão eufórico, que eles falavam aos berros, especialmente quando a orca encostou na embarcação, permitindo que o trio lhe fizesse carinho. “Doideira, meu Deus do céu, olha aqui quem tá debaixo de nós, acredite se quiser, que doideira! É uma orca, cara!”, exclamou um dos mergulhadores no vídeo. “Que barato, meu Deus! Eu tenho medo, eu tenho pavor, ai que doideira!”, acrescentou.

Em outro trecho da gravação, os turistas explicaram que o animal estaria “batendo” no barco. “Olha, amigo, que massa! Ai, meu Deus, vai tombar o barco. Ela gostou do carinho. Ela tá dando cabeçada no barco. Tá doido! Aí ó, ela aqui do nosso lado. É uma orca, o bicho mais maravilhoso do mundo”, afirmou um segundo mergulhador.

“É uma orca mesmo! Olha isso! Ai, meu Deus, cuidado. Ela me ama! Olha os dentes! Sacudindo o barco. Eita, agora ficou perigoso”, se impressionou um terceiro, durante o registro de cerca de dois minutos e meio. Confira:

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Animal é encontrado morto

Apenas um dia após a repercussão do encontro, a orca foi encontrada morta em uma praia de Nova Almeida. A confirmação veio do Instituto Orca, da prefeitura da Serra e a Ambipar, empresa executora Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Campos e do Espírito Santo, organizações que foram acionadas quando a baleia foi encontrada.

Segundo Lupércio, diretor do Instituto, a aparição de orcas no litoral do ES não é frequente e o comportamento do mamífero no registro já indicava uma espécie de “pedido de socorro”. Além disso, a orca apresentava alguns machucados. “É um comportamento atípico permitir aproximação de alguém e deixar tocar. O animal deveria estar em estado bem grave, machucado”, afirmou ele, em entrevista ao g1.

“As orcas andam em grupo, mas quando um dos animais fica doente, o animal pode se desgarrar e procurar a beira da praia. Provavelmente o de hoje estava com alguma doença que atrapalha a nadar, a flutuabilidade. Lesões externas estranhas, isso tudo vai ter que ser coletado para análise “, explicou o diretor.

Animal foi encontrado sem vida 24 horas após vídeo viralizar nas redes sociais. (Foto: Reprodução/g1)

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Após a tragédia, o Instituto Orca tomou a frente do caso e está analisando o que será feito com os restos mortais do animal. A possibilidade de transportá-los para as instalações da organização para a realização de uma necrópsia, na esperança de descobrir a causa da morte, está sendo discutida.

A opção de enterrar a baleia na praia em que foi encontrada também não foi descartada. “É um local de difícil acesso. Envolve uma logística para ver o que vai ser feito, se vão resgatar o animal inteiro para fazer análise. Depende de maré, acesso de máquinas”, explicou Lupércio.

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Experiência marcante

Fernando Rocha, um dos mergulhadores que estava no barco, lamentou a morte da baleia. “Infelizmente, agora acordei triste, porque a bichinha morreu”, disse ele ao portal.

Segundo Rocha, o encontro foi “uma experiência única”, já que, mesmo sendo mergulhador há 25 anos, ele nunca havia vivenciado algo do tipo. “No verão, eu mergulho quase todos os dias. Eu já encontrei mãe e filho de Jubarte indo para praia e consegui salvar. Orca foi a primeira, foi inesquecível, uma emoção muito grande. Nem dormi a noite só pensando nela”, disse Fernando.

“Parecia que ela me conhecia. Parecia que ela estava me pedindo carinho o tempo todo. Todos ficaram muito emocionados, na hora dava vontade de chorar, gritar, vontade de pular em cima dela, abraçar ela de alegria. Não pulei por respeitar o animal, não faz bem abraçar, pular em cima. Eu até falei que amava ela, que ela me amava”, recordou ele.

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