Hugo Gloss

Padre é afastado em Natal, RN, após mulher descobrir que ele transava com seu marido: “Celebrou nosso casamento”

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(Fotos: Unsplash)

A Arquidiocese de Natal, no Rio Grande do Norte, afastou nesta sexta-feira (3), o padre Júlio Cezar Souza Cavalcante. A decisão vem na esteira de um áudio polêmico que tem circulado pelas redes sociais. Na gravação, um casal conversa com o sacerdote sobre o fato dele, supostamente, ter mantido relações sexuais com o marido da moça. De acordo com ela, as traições teriam ocorrido até dez dias antes do casamento que foi celebrado pelo próprio padre.

No registro, o religioso assumiu que as relações aconteceram, e a mulher questionou sobre como poderia pedir a anulação do casamento. “O Márcio* me contou que teve relações sexuais com o senhor“, revelou ela. “No seu casamento não. De jeito nenhum. Se ele disse isso, ele mentiu“, ponderou o padre. “Durante o meu casamento não teve. Ele me disse isso. Mas antes do casamento teve“, declarou a moça. “Mas foi uma fraqueza. Nós nos confessamos e prometemos que não ia ter mais em respeito até a você“, assumiu o religioso.

E mesmo assim o senhor celebrou nosso casamento. Mas você se insinuou [para Márcio] depois que eu e ele tínhamos nos casado“, acusou a esposa. “Não, depois de casado não“, tentou se defender Júlio. “Então você está mentindo, Márcio?“, pressionou a mulher. “Ela está falando dos abraços“, apontou o rapaz. “Mas abraço eu dou em todo mundo. Não venha com essa história não que é mentira“, despistou o sacerdote.

E dez dias antes da gente nos casar, [vocês mantiveram relações]”, expôs a moça. “De jeito nenhum!“, protestou Júlio. Márcio, por sua vez, contestou o religioso: “Foi depois da missa do dia 2“. A esposa então quis confirmar os relatos. “Quantas vezes foram?“, perguntou ela para o padre. “Umas duas ou três“, minimizou ele. “As histórias não estão batendo“, observou a mulher, até que Márcio decidiu intervir. “Foram várias vezes, durante mais de um ano. Foi de março de 2010 a julho de 2012“, declarou ele.

Diante de mais perguntas, Márcio confessou que houve sexo anal pelo menos duas vezes entre eles. O padre, porém, disse não se recordar de nenhuma. O religioso admitiu, entretanto, que teve sexo oral entre os dois. “E ainda assim, o senhor aceitou testemunhar o nosso casamento“, lamentou a mulher. “Eu tenho o maior carinho e o maior respeito por vocês”, pontuou o padre. “Tem não! Padre Júlio, o senhor transou com meu noivo, e ainda vem dizer que me respeita?!“, retrucou ela.

O padre então alegou que buscou a conversão, e que depois de Márcio nunca mais fez sexo com outro homem. “E tenho certeza que o Márcio também não fez mais“, arrematou ele, ao que a mulher soltou uma alta gargalhada. “Márcio, conta a novidade para padre Júlio!“, pediu ela, em tom debochado. “Fiz várias vezes, e não me confessava“, assumiu o rapaz.

A noiva teve uma surpresa e tanto com o passado de seu noivo — e do padre de seu casamento. (Foto: Drew Coffman/ Unsplash)

O senhor foi só um dos escolhidos! Ele me enganou por 10 anos e ainda permitiu que o senhor celebrasse meu ‘pseudocasamento’. Meu casamento não é válido! Conte, Márcio! Conte que ia pra banheiro e transava com qualquer um, que ia para cinema pornográfico, que ia procurar em sauna, que não me procurava na cama, mas procurava homens. Você devia conversar mais com padre Júlio, Márcio. Era tudo premeditado, porque fazia perto da catedral para já se confessar“, desabafou a mulher, dizendo por fim, que estava de saída. A gravação de pouco mais de dez minutos é encerrada.

O áudio circulou pelas redes sociais e chegou até o conhecimento da Arquidiocese de Natal, que se pronunciou na tarde desta sexta-feira (3). Em nota, a instituição declarou que Pe. Júlio Cezar Souza Cavalcante foi afastado de suas atividades, e que uma investigação já está em andamento. Confira a íntegra:

“Tendo tomado conhecimento dos fatos que vieram à tona envolvendo o Pe. Júlio Cezar Souza Cavalcante, o Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, determinou o afastamento do referido sacerdote de todas as suas funções ministeriais exercidas na Arquidiocese de Natal, a fim de que possam ser apurados os fatos e tomadas as devidas providências. Também determinou que fosse aberta uma investigação prévia, conforme prescreve o Direito Canônico, para que sejam averiguadas as possíveis responsabilidades.

Rogamos ao Bom Deus que tudo seja esclarecido e, para o bem do povo de Deus, possa reinar a paz nos corações”. 

* O hugogloss.com alterou o nome do envolvido no caso para proteção de identidade.

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