Polícia do PR diz que 37 mulheres denunciaram ginecologista por abuso sexual, e novos relatos vêm à tona

Médico continua preso e sem data para ser ouvido

A Polícia Civil de Maringá, no Paraná, informou que recebeu 37 denúncias de mulheres contra o ginecologista Felipe Sá o acusando de abuso sexual. De acordo com o G1, os dados são referentes a denuncias feitas até sexta-feira (23). Anteriormente, 31 vítimas tinham procurado a delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência contra o médico. Ele é investigado desde janeiro deste ano.

Felipe Sá continua preso temporariamente e a defesa dele negou todas as acusações, afirmando que vai provar a inocência do profissional durante a instrução do processo. De acordo com a polícia, as autoridades ouviram 31 mulheres que registraram queixa contra o obstetra. No entanto, eles ainda não tem data prevista para ouvir Felipe Sá.

Subiu para 37 o número de denúncias contra o médico Felipe Sá. (Foto: Reprodução / RPC )

Relembre o caso

O médico foi detido em 15 de junho em seu consultório. Ele é investigado desde janeiro por violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável. A polícia informou que os crimes ocorreram no consultório dele em Maringá. De acordo com Dimitri Tostes Monteiro, delegado responsável pelo caso, uma das vítimas relatou que foi abusada depois de ser hipnotizada por Sá.

Monteiro explicou que o médico tentava criar um ambiente seguro para as pacientes e, após ganhar a confiança delas, praticava os abusos. “Ele até abordava o tema de empoderamento feminino, papel da mulher na sociedade para cativá-las, criar confiança para, durante o exame, praticar supostamente esses atos, esses abusos sexuais“, explicou.

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Entre as vítimas do ginecologista estão ex-alunas dele de uma faculdade particular onde dava aula no curso de Medicina. Para RPC, as mulheres confirmaram a violência e uma delas detalhou como percebeu algo de errado no momento em que o especialista quis examinar os seios dela fora do local de exame. No entanto, a vítima ficou com receio de questioná-lo.

Mas fiquei assim, por ele ser meu professor, não quis é… Corrigi-lo ou questioná-lo, né?! E depois, na consulta, ele falou que ia fazer um teste comigo pra ver como que eu estava em relação a minha sexualidade, a minha feminilidade. Nesse teste ele falou que não queria que eu pensasse de forma racional, que eu só pensasse com o meu instinto, que eu deixasse os tabus de lado e ficasse bem à vontade e daí ele pedia para eu tirar a minha blusa“, contou.

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