Que tragédia… Na última sexta-feira (27), Júlia Honória Franco, de apenas oito anos, faleceu após ser eletrocutada em uma decoração natalina na cidade de Caldas Novas (GO). Em entrevista ao UOL divulgada hoje (30), a mãe da garotinha, Rejainy Honória Almeida, relembrou detalhes da triste ocasião e afirmou que lutará por justiça no caso da filha.
Rejainy e o marido, Roberto Franco, decidiram passear em família na praça Mestre Orlando, na região central da cidade, após meses sem frequentar o local por conta da pandemia. “Minha filha ama tirar fotos e me pediu que tirasse uma dela próximo à árvore de natal que está sendo montada, tirei… Que foto linda. Sentamos próximo ao lugar onde será montado um túnel de luzes e ali minhas três crianças brincavam alegres, porque depois de dez meses [por conta da covid-19] levei elas no centro”, iniciou ela.
Foi neste momento, ao tocar em um ferro ligado ao túnel de luzes, que Júlia sofreu a descarga elétrica fatal. “Em uma destas brincadeiras, bem ao nosso lado, ela segurou no ferro que sustenta a base do túnel e ali as duas mãos dela ficaram pregadas”, lembrou a mãe. Apesar do rápido atendimento, infelizmente, a menininha não resistiu.
“No trajeto da praça ao Hospital Nossa Senhora Aparecida ela teve uma parada cardíaca e tentaram reanimá-la. Chegando no hospital, já foi atendida rapidamente, onde toda uma equipe tentou salvar minha pequena Júlia, mas sem sucesso”, lamentou Rejainy.
Em entrevista ao “Bom Dia Goiânia”, Rejainy também contou que, por pouco, sua outra filha, Milena, também não foi eletrocutada. “Quando minha outra menina colocou a mão nela, sentiu que ela estava tomando choque, se soltou e gritou para ela soltar. A tragédia não foi maior porque minha outra filha conseguiu tirar a mãozinha. Se ela tivesse ficado segurando a Júlia, ela poderia ter recebido a descarga. Tenho de agradecer porque, do jeito que foi, eu estaria chorando duas perdas”, disse.
Investigação e pedido de justiça
Rodrigo Pereira, delegado da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), comentou que a polícia tem “o objetivo de apurar as circunstâncias da morte e de individualizar as respectivas responsabilidades”. Ainda no último sábado (28), a prefeitura de Caldas Novas – que é a responsável pelo enfeite natalino – também emitiu uma nota de pesar já tentando justificar a montagem da decoração, dizendo que “são profissionais capacitados que realizam esse trabalho há 10 anos“.
Enquanto isso, Rejainy é firme ao expressar seu desejo de que os responsáveis sejam punidos. “Não sei se é a prefeitura ou uma empresa terceirizada que faz a decoração de Natal, o que eu sei é que não está pronta a decoração e que no ferro que minha filha colocou a mão tinha energia”, declarou ela. “Quero justiça. Não vai trazer a Júlia de volta, mas quero alertar para que outras famílias não sintam a dor que estou sentindo”, acrescentou.
Ela também ressaltou que Caldas Novas é uma cidade turística, e alertou para o risco de que essa tragédia se repita. “Eu só quero que as autoridades verifiquem sobre isso, porque hoje é minha família e eu não quero que outras famílias passem por isso em Caldas Novas, uma cidade turística onde milhares de pessoas vêm para passear”, comentou a empresária.
Agora, resta a dor da perda de uma vida tão preciosa para os pais. “Fica um sentimento de tristeza, pois era um anjo, é uma dor muito forte. Mas Deus me deu um anjo para eu cuidar por 8 anos e agora ele recolheu a Julinha, então peço a Deus que me dê força para continuar”, desabafou Rejainy.
Bastante emocionada, a mãe também lembra com muito carinho de sua filhinha. “Era alegre, gostava de brincar, tirar foto, muito obediente, não fazia nada sem pedir, estudiosa. E amava ir na igreja e aprender a palavra de Deus, era uma filha exemplar”, mencionou ela. Apenas deixamos nossos sentimentos à família, diante de uma perda tão dolorosa…