Repórter da Globo cai no choro, ao vivo, ao dar mais uma dura notícia da tragédia em Taguaí: ‘Muito difícil’; assista

O repórter Esdras Pereira não conteve a emoção durante uma transmissão do “Bom Dia SP” dessa segunda-feira (30). O jornalista caiu no choro ao fazer a cobertura de uma cerimônia ecumênica em homenagem às vítimas do trágico acidente de ônibus em Taguaí, ocorrido na semana passada (25), no interior de São Paulo.

Ao vivo, Esdras ainda comunicou sobre o 42º falecimento em decorrência da colisão. Juliano Paulo Luiz, de 23 anos, teve a morte cerebral confirmada pela Secretaria de Saúde de Avaré, no domingo (29). O que deixou o profissional ainda mais abalado com a situação, foi a impressão de que a população local estava vivendo algo semelhante à tragédia com a queda do avião da Chapecoense, em 2016, que deixou 71 mortos.

“Conversei com algumas pessoas aqui, Rodrigo… Por ser uma cidade pequena, quase 15 mil habitantes, o clima é difícil aqui, as pessoas comparam até à tragédia da Chapecoense. Estamos vivendo dias de muita dificuldade nessa cobertura”, admitiu, com a voz embargada. “É muito difícil ter o que falar, porque a gente acaba também se emocionando”, prosseguiu, após uma longa pausa.

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Rodrigo Bocardi se deu conta do desespero do jornalista e tomou a palavra. “A gente sabe o quanto é difícil para os familiares, parentes, para quem está na cobertura… O que a gente deseja é força para todo mundo aí, para superar esse momento. Ainda vivem o luto dessa grande tragédia. E é claro que em momentos assim as emoções acabam se intensificam, porque é em frente à empresa, onde essas pessoas estariam chegando para trabalhar hoje… É claro que fica ainda mais difícil”, afirmou.

“Desejamos força a todas essas pessoas. E que também venha a Justiça, a reposta, porque isso pode contribuir com o consolo”, encerrou o âncora, referindo-se às investigações do acidente, que confirmaram que o ônibus utilizado para transportar os passageiros circulava de forma irregular. Durante todo o discurso de Bocardi, foi possível ouvir o choro de Esdras, ao fundo. Confira:

Entenda o caso

O acidente aconteceu na manhã da última quarta (25), na rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, entre Taguaí e Taquarituba, quando um ônibus clandestino e um caminhão colidiram na estrada. O ônibus, que não possuía autorização da Agência de Transporte do Estado de São Paulo para circular e estava com documentos irregulares, transportava funcionários da empresa têxtil, para o trabalho. A batida deixou 42 mortos e 10 feridos. 

De acordo com informações divulgadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem, o DER, este foi o primeiro acidente fatal no trecho da rodovia em dez anos. Foi também o maior acidente do ano nas rodovias do estado de São Paulo, conforme dito pelo tenente Alexandre Guedes, porta-voz da PM, em declaração ao G1.

O acidente deixou 41 mortos e 10 feridos. Foto: Reprodução/GloboNews

Na manhã de quinta-feira (26), a jornalista Nathália Silva foi outra que se emocionou durante cobertura do velório coletivo de algumas das vítimas do acidente. As despedidas aconteceram na cidade de Itaí, que cedeu três ginásios para a cerimônia fúnebre. Restavam três corpos no local quando a repórter participou da transmissão feita pelo “Bom Dia São Paulo”.

“Uma cena que chama atenção é que os familiares têm uma despedida ainda mais dolorosa: os caixões estão todos fechados”, observou ela com um semblante abalado, trazendo, em seguida, a notícia de que as famílias decidiriam o horário de sepultamento das últimas vítimas do ginásio.

A repórter Nathália Silva se emocionou durante cobertura sobre os velórios das vítimas de acidente trágico. (Foto: Reprodução/TV Globo)

“O clima é de muita tristeza. Todo mundo consternado. A cidade nunca passou por isso antes e…”, pontuou a repórter, sendo interrompida pela voz embargada e por lágrimas. Com dificuldade, ela conseguiu se recuperar e finalizar sua contribuição para o telejornal. “A maior tragédia do interior de São Paulo. O município nunca passou por isso antes, nunca perdeu tantas pessoas num só dia. E a gente vai acompanhando durante a programação”, concluiu.

Quando a câmera retornou para o estúdio, Rodrigo Bocardi desejou forças a Nathália, cobrindo um acontecimento tão trágico. “Forças a todos os profissionais de imprensa que estão trabalhando. A Nathália está ali de perto, como se conhecesse aquelas pessoas. É algo muito grave o que aconteceu. Quem está mais perto vive esse impacto”, encerrou.