O médico Leonardo Pereira Alves Filho, ex-namorado da advogada Amanda Partata Mortoza, falou pela primeira vez sobre a morte do pai e da avó nesta terça-feira (26). Após prestar depoimento na delegacia, ele lamentou a perda dos familiares e ainda revelou que não esperava “tamanha brutalidade” de Amanda, suspeita de envenenar os parentes dele enquanto tomavam café da manhã.
“A gente nunca imaginava qualquer coisa que justificasse tamanha brutalidade. E a gente tá vivendo nosso luto. Tem sido muito difícil”, desabafou Leonardo. Além dele, a irmã Maria Paula e a mãe, Elaine, também foram ouvidos pela polícia. De acordo com o g1, os depoimentos começaram por volta das 10h e foram até 13h50.
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Amanda foi presa temporariamente na última quarta-feira (20), em uma clínica psiquiátrica, e passou pela audiência na quinta-feira (21). À caminho da delegacia ela negou a autoria do crime. A suspeita ainda alega estar grávida. Em nota, os advogados dela afirmaram que aguardarão os desdobramentos das investigações, que estão acontecendo em sigilo, para se pronunciarem sobre as acusações.
“Quanto à prisão da Senhora Amanda Partata, consideramos que se efetivou de forma ilegal na medida em que realizada no período noturno em hospital onde se encontrava internada sob cuidados médicos. Destaque-se, ainda, que a Senhora Amanda Partata compareceu voluntariamente à Delegacia de Investigação de Homicídios, entregou objetos e documentos e, por intermédio de seus advogados, deu plena ciência à Autoridade Policial da sua localização e estado de saúde. As medidas judiciais para preservação e restabelecimento da legalidade serão adotadas oportunamente”, declarou a defesa no comunicado.
Relembre o caso
Leonardo e sua mãe morreram na segunda-feira (18). Ele trabalhava na Polícia Civil como assistente de gestão administrativa e era lotado na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores de Goiás. Em seu Instagram, a filha do policial, Maria Paula Alves, lamentou a perda do pai e da avó. Segundo ela, os dois teriam apresentado vômito, diarreia e dores abdominais após comerem doces e outros alimentos comprados para o café da manhã.
“Vomitou sem parar, por horas, buscou atendimento médico e, quando eu soube da situação, já havia ocorrido uma série de complicações que acabaram levando a óbito. Entre o primeiro sintoma até seu último suspiro não teve nem 12 horas”, relatou Maria Paula. “Minha vovó passou mal junto com meu pai, foi internada no mesmo momento, mesma UTI, aguentou mais tempo mas hoje de madrugada foi acompanhar o meu papai no céu”, acrescentou sobre a avó.
Em primeiro momento, a doceria foi apontada como responsável pelo ocorrido, mas a possiblidade foi descartada pela polícia. A hipótese levantada pelo delegado Carlos Alfama é de que Amanda tenha colocado veneno no suco servido para as vítimas. Ele contou que a suspeita afirmou que comeu o bolo, mas “travou” ao ser questionada sobre a bebida. “Foram comprados diversos alimentos. Até por uma questão técnica, é mais possível que o veneno tenha sido ministrado no suco, porque é mais fácil dissolver o veneno no meio líquido”, disse ele.
Nesta terça-feira (26), a polícia também descartou que Amanda tenha usado pesticida para o envenenamento, porém outras substâncias ainda estão sendo testadas. As autoridades acreditam que o crime aconteceu pelo fato da advogada ter se sentindo rejeitada com o término do namoro de um mês e meio com Leonardo. Amanda chegou a anunciar que estaria grávida para se aproximar do ex-namorado e da família dele. Todavia, com base no exame de sangue, ela não está à espera de nenhum bebê.
“Ela não está grávida agora e já não está grávida há algum tempo, apesar dela ainda dizer que está grávida. O exame Beta HCG, que a própria defesa dela nos trouxe, mostra que deu zerado, ou seja, ela não está grávida há algum tempo, mesmo fingindo ter enjoos da gravidez”, disse o delegado.
O delegado Carlos Alfama, da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), o caso se trata de um duplo homicídio por envenenamento e é complexo, já que “envolve um grau de psicopatia”. A Justiça negou o pedido de liberdade feito pela defesa da suspeita. Na decisão o desembargador Silvanio Divino Alvarenga disse que Amanda “possui um total desprezo com a vida humana”.