Em vídeo gravado durante uma abordagem policial, Daniel Moraes Bittar, preso por suspeita de sequestrar, abusar sexualmente e manter refém uma menina de 12 anos, confirmou que a vítima estava em seu apartamento, localizado na Asa Norte de Brasília (DF). O homem afirmou que apenas “conversava” com a criança, encontrada seminua e presa em sua cama.
Nas imagens que circulam nas redes sociais, o analista de TI de 42 anos tenta esconder o rosto e aparenta querer chorar ao ser questionado. “Eu não fiz nada com ela. Eu estava conversando só”, insistiu ele, sem conseguir se explicar.
Vídeo: chorando, pedófilo confessa ter sequestrado menina de 12 anoshttps://t.co/jSuAQaf3F5 pic.twitter.com/dMwBbvHpEH
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A polícia suspeita que o homem tenha gravado os abusos sexuais cometidos contra a criança. Em sua residência, foram encontrados: duas máquinas de choque, fita crepe tipicamente usada para amarrar pessoas, medicamentos, uma garrafa de clorofórmio, câmera fotográfica, cartões de memória, uma mala de viagem, DVDs e revistas pornográficos, além de objetos sexuais, como vibradores.
Entenda o caso
A vítima, que teve sua identidade preservada, foi sequestrada a caminho da escola. De acordo com o Metrópoles, a menina foi abordada por Daniel em um Ford EcoSport de cor preta, no Jardim Ingá, bairro de Luziânia (GO) e colocada em uma mala. Ele estava acompanhado por uma mulher, que usou clorofórmio para dopar a criança. Em depoimento às autoridades, a menina revelou que o homem usou uma faca para rendê-la.
Os sequestradores pararam o veículo perto da Cidade Ocidental, no Entorno de Brasília, para colocá-la em uma mala. Por volta das 14h de quarta-feira, as câmeras de segurança do condomínio flagraram Daniel chegando à própria casa, carregando a mala com a vítima dopada dentro, confirmou a Polícia Militar. Quando recobrou a consciência, a vítima já estava na casa do homem.
Câmeras flagram pedófilo chegando ao prédio onde mora com menina de 12 anos dentro de mala – 1 (🎥: Reprodução/Metrópoles) pic.twitter.com/uGQsq419iJ
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Ainda na quarta-feira, por volta das 18h, um militar goiano e tio da criança passou a se preocupar com a falta de notícias da sobrinha. O PM, que não teve sua identidade revelada, acionou o Serviço de Inteligência da corporação e traçou os passos da garota, desde a escola até sua residência.
Próximo à casa da jovem, câmeras de segurança foram encontradas e imagens mostravam o veículo descrito por testemunhas como sendo do criminoso. Policiais do 20º Batalhão da PMGO, em Valparaíso, trabalharam com a Polícia Militar do DF, que localizou o endereço dos criminosos, utilizando a placa do veículo.
Ao chegar ao local, agentes de ambas as corporações subiram ao apartamento de Daniel, que atendeu a porta. Questionado, ele confessou que teria sequestrado a garota. Segundo relato do Grupo Tático Operacional do 3º Batalhão (Asa Norte) ao Correio Braziliense, a garota foi encontrada seminua na cama do criminoso, algemada pelos pés e com diversas escoriações pelo corpo. Ela estava consciente, mas muito abalada emocionalmente.
Em depoimento, a vítima contou que Daniel a ameaçou de morte e chegou a dizer que não trabalharia durante a próxima semana, pois faria dela sua “escrava sexual”. Ele também a molestou e a obrigou a acariciar seus órgãos genitais. O ato foi registrado em um vídeo, que foi enviado para a mulher que participou do crime.
Após o ocorrido, a Polícia Militar do estado goiano (PMGO) encaminhou a jovem, que tinha sinais de violência sexual, ao Instituto Médico Legal, onde ela passou por exames de corpo de delito. Na sequência, ela foi levada para um hospital para receber atendimento médico, devido a extensão dos machucados. Após a prisão de Daniel, sua namorada, suspeita de auxiliar no sequestro, também foi presa.
O crime foi registrado na 5ª Delegacia de Polícia Civil do DF (Área Central) e uma investigação foi iniciada ainda ontem (28) para averiguar o caso. Daniel Moraes Bittar é servidor do Banco de Brasília (BRB) e, após a repercussão do caso, a instituição se manifestou. Em nota, o BRB reforçou que “repudia veementemente todas as práticas criminosas, especialmente as de cunho sexual e contra menores”.