Na última segunda-feira (6), uma mulher chamada Jhosy Gadêlha, da cidade de Pacajus, no Ceará, compartilhou um vídeo em suas redes sociais relatando um caso de transfobia que sofreu em uma loja do município. “A todo momento, a dona do estabelecimento me tratou com pronomes masculinos”, contou ela, que é professora de uma escola da rede estadual da região. Na quarta (8), após a denúncia viralizar, a professora foi homenageada pelos seus alunos.
No início da gravação publicada, Jhosy explicou que estava postando o vídeo para “dar um basta na transfobia” e pediu ajuda dos seguidores para divulgá-lo. No trecho, a moça de 34 anos exemplificou os ataques feitos pela proprietária da loja: “Ela olhou na minha cara e disse que não ia me tratar como mulher porque eu não sou mulher, porque minha voz não é feminina, perguntou se por acaso eu fiz cirurgia de mudança de sexo. Ela se valia a todo momento da religião evangélica dela para me atacar. Ela disse que pessoas como eu vão para o inferno”. Confira a primeira parte do vídeo:
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A professora contou que falou com a mulher de maneira calma e educada, pois queria conscientizá-la. Contudo, segundo Jhosy, a proprietária não pediu desculpas e continuou atacando-a, se utilizando da religião para justificar as agressões. “Eu sei dos meus direitos e eu vou lutar por eles. Essa mulher tem que pagar. Preconceito é crime. Transfobia é crime. E o amor vai vencer. Nós não podemos normalizar o ódio”, pediu ela na segunda parte do vídeo publicado. Veja:
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Após a repercussão do registro, que já acumula milhares de visualizações nas redes sociais, a docente recebeu uma linda homenagem dos alunos da escola em que leciona – por coincidência, a surpresa foi realizada no mês do orgulho LGBTQIA+. As imagens mostram Jhosy sendo recebida por um corredor de estudantes que a aplaudiam e gritavam o nome dela. Assista:
essa professora foi vítima de transfobia na cidade e os alunos resolveram homenagea-la pic.twitter.com/R3et8Af7Oc
— ؘthiago (@idolsqg) June 9, 2022
A professora recebeu apoio da escola para denunciar a agressão, segundo a revista Marie Claire. Ela, inclusive, foi liberada das atividades no dia do ocorrido. No retorno ao trabalho, na quarta (8), Jhosy foi pega de surpresa com a adoração dos alunos, que planejaram tudo. “Foi a coisa mais linda do mundo. Era um corredor de amor e empatia, e eu fiquei sem reação, me tremia toda. Eles me deram um abraço coletivo e o gesto se repetiu com as turmas da tarde e da noite”, falou à reportagem.
“Hoje (quinta) também passei o dia na escola e meus alunos me fizeram uma homenagem linda na sala com balões, cartazes, rosas e um café da tarde. Ali foi onde percebi que vim para a Terra com a missão de encorajar pessoas a serem quem quiserem e serem felizes dessa forma”, disse, bastante emocionada.
Jhosy revelou que buscou atendimento psicológico depois do ocorrido. Ela também contou que registrou um Boletim de Ocorrência e está recebendo apoio de um centro LGBTQIAP+ da capital Fortaleza para também buscar seus direitos judicialmente com auxílio de uma advogada, com quem já se reuniu virtualmente.