O movimento #MeToo continua bem vivo! Yael Stone, conhecida como a presidiária Lorna Morello em “Orange is the New Black”, veio à público acusar o vencedor do Oscar Geoffrey Rush (“Piratas do Caribe”, “O Discurso do Rei”) de assédio sexual enquanto os dois trabalharam na produção australiana “The Diary of a Madman”, em 2010.
De acordo com a atriz, a relação dos dois começou com trocas de mensagens de texto. “Eu estava tão lisonjeada que alguém como ele passava o tempo mandando mensagens para mim tão cedo da manhã”, ela admitiu ao New York Times. “Gradualmente, as mensagens de texto começaram a ganhar uma conotação sexual, mas sempre disfarçadas dentro de uma linguagem intelectual”. A australiana também se diz envergonhada pelo modo como participou. “Eu certamente não iria dar corda hoje, como a pessoa que sou agora, do mesmo jeito que dei quando tinha 25”.
Yael relembrou uma situação para lá de bizarra que aconteceu durante uma noite após as gravações. Os camarins deles tinha boxes de chuveiro perto um do outro, e Geoffrey se aproveitou da situação: “Eu lembro que eu olhei para cima e descobri que tinha um pequeno espelho de barbear no topo da repartição, entre os chuveiros, e ele estava o usando para me olhar pelada. Eu acredito que era para ser uma brincadeira, mas senti que não havia lugar nenhum para eu me sentir segura, sem ser observada”. Gente!
“Eu disse algumas palavras como ‘cai fora, Geoffrey’. Eu estava caminhando uma linha delicada, em que precisava gerenciar esses momentos desconfortáveis, mas nunca, nunca ofendê-lo”, contou à publicação. E revelou: “Nenhuma parte do meu cérebro considerou falar com alguém em uma posição de poder. Geoffrey é uma estrela enorme. O que eles fariam? Demitir Geoffrey e me manter no elenco?”. Porém, os assédios continuaram. Em outra noite, Yael diz que o colega de trabalho dançou nu em sua frente, enquanto ela removia a maquiagem.
Geoffrey Rush negou as acusações. “Desde o princípio, eu preciso deixar claro que as alegações de comportamento inapropriado feitas pela Yael Stone são incorretas e, em algumas instâncias, foram tiradas completamente do contexto”, defendeu-se. “No entanto, claramente Yael ficou triste na ocasião com o entusiasmo espirituoso que eu trago ao meu trabalho. Eu sinceramente e profundamente me arrependo se causei a ela qualquer tipo de angústia. Essa claramente nunca foi a minha intenção”, concluiu. Porém, de acordo com o Deadline, o ator já foi acusado em 2017 de “comportamento inapropriado” durante a produção da peça “King Lear”, e precisou se afastar da vaga que ocupava na Academia Australiana de Cinema e Televisão como presidente da instituição.
Agora tentar espiar a colega de trabalho tomando banho é “entusiasmo espirituoso”? Ah, tá!
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